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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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OS PILOTOS...

Do estreante ao pentacampeão, todos dão aval para novidades

Divulgação
ANTONIO REGINALDO PIZZONIA JÚNIOR
nascido em Manaus em 11.set.80 (22 anos)
solteiro, 1,73m, 68 Kg
estréia em Melbourne
campeão da F-Vauxhall Jr. inglesa em 1998, da F-Renault inglesa em 1999 e da F-3 inglesa em 2000


Teoricamente o mais prejudicado pelo novo regulamento da categoria, o alemão Michael Schumacher lamenta apenas o banimento dos recursos eletrônicos a 0partir do GP da Inglaterra, 011ª etapa do Mundial, 0em julho; brasileiros aprovam treino oficial com uma só volta lançada

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CRISTIANO DA MATTA
nascido em Belo Horizonte em 19.set.73 (29 anos)
solteiro, 1,65 m, 59 Kg
estréia em Melbourne
campeão da Indy em 2002, da Indy Lights em 1998 e brasileiro de F-Ford em 1993

O novo sistema de treinos deve afastar Schumacher do recorde de poles, já que ainda faltam 16 para ele ultrapassar a marca de Senna

Historicamente desunidos, pela própria natureza do esporte a motor, os pilotos de F-1 quebram a tradição ao falar das novidades para 2003. Independentemente das opiniões das montadoras e dos donos de equipes, eles dão boas-vindas ao novo regulamento.
Até mesmo o pentacampeão Michael Schumacher, teoricamente o maior atingido pelas mudanças, deu aval para as idéias de Max Mosley. Em entrevista concedida à Folha, por e-mail, o alemão, atacante de um time amador da Suíça, saiu-se com uma tirada de boleiro: "O regulamento é o mesmo para todo mundo".
"Em geral, acho que as regras vão na direção certa. Há apenas algo que eu lamento: o fim dos recursos eletrônicos a partir de Silverstone. Eles nos ajudavam a buscar sempre o limite da pilotagem. Além disso, discutir aquela montanha de dados com os engenheiros era um desafio extra. Mas sei que posso viver sem isso."
Será nesse novo cenário que Schumacher buscará o sexto Mundial de Pilotos, algo que nenhum homem conseguiu até hoje. E, apesar de tantas mudanças, ele esbanja otimismo. Questionado se espera que a disputa do título se arraste até os últimos GPs, respondeu: "Espero que não".
Seu companheiro na Ferrari tem opinião semelhante. Partindo para seu quarto ano na escuderia, Rubens Barrichello elogiou o novo formato dos treinos oficiais.
"Haverá corridas em que o líder do campeonato vai largar em sexto ou sétimo e terá que sair ultrapassando os outros. Largar lá atrás em uma pista como a da Hungria, por exemplo, será algo muito difícil", disse o brasileiro.
"A classificação é um dos meus fortes. Vamos ter que dar voltas de super-homem", completou.
Barrichello pode ser considerado um sobrevivente do país na categoria. Nos últimos três anos, seis pilotos brasileiros deixaram a F-1. Dos três que alinharam no grid de largada do GP da Austrália de 2002, só o ferrarista correrá em 2003 -Felipe Massa foi dispensado pela direção da Sauber, e Enrique Bernoldi ficou sem ação diante da quebra da Arrows.

O Brasil é o sexto país que mais colocou pilotos na F-1: com as estréias de Da Matta e Pizzonia, serão 26 em 53 anos de história da categoria

Apesar desse histórico ruim dos últimos Mundiais, mais dois brasileiros estarão tentando a sorte na F-1 a partir desta temporada.
O mineiro Cristiano da Matta foge bastante do perfil de seus antecessores. Aos 29 anos, chega à categoria com um contrato de três anos, experiência de sobra e credenciado pelo título da Indy no ano passado. Sua equipe, a Toyota, apostou num projeto que seguiu as linhas gerais do F2002, o carro ferrarista que venceu 14 das 15 provas que disputou.
Seguindo um roteiro parecido com os de Jacques Villeneuve em 96 e de Juan Pablo Montoya em 2001, outros dois egressos da Indy, Da Matta fez um "curso intensivo" de F-1 nos últimos meses. Treinou como poucos, desde a abertura da pré-temporada.
"Estou relativamente confiante. Trabalhei muito para conhecer o carro e acho que farei um bom campeonato", afirmou Da Matta, que gostou do novo sistema para formação do grid de largada.
"Na Indy, em circuitos ovais, cada piloto também tem direito a apenas uma volta lançada. Pelo menos isso não será novidade para mim", declarou o novato.
O outro estreante do país, Antonio Pizzonia, 22, também espera tirar proveito das novas regras. Sua equipe, a Jaguar, é uma das quatro que optaram pelas sessões extras às sextas de manhã.
Assim, ele chegará ao primeiro treino oficial com duas horas a mais de treino do que a maioria dos outros pilotos.
"Com isso, desapareceu a desvantagem de ser um iniciante e não conhecer a pista. E aprovei essa história de uma volta só. Isso aumenta o desafio", disse o amazonense, primeiro piloto da região Norte do país a chegar à F-1.
Mesmo sendo um iniciante, Pizzonia tem mais rodagem na categoria do que seu companheiro, o australiano Mark Webber, que estreou em 2002. Explica-se: por dois anos, ele foi piloto de testes da Williams, acumulando mais de 20 mil quilômetros em treinos.
Pizzonia tem contrato com a Jaguar por cinco temporadas. Mas a Williams tem uma opção contratual para resgatá-lo em 2005.


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