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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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...E ENTENDA A FIA

Para Mosley, F-1 deve voltar ao estágio de 1996

Flavio Mazzi - 12.set.2002
Max Mosley conversa com Ron Dennis (à esq.) em Suzuka, uma prévia do que seria a pré-temporada



Em entrevista à Folha, principal dirigente da categoria ataca a postura da Williams e da McLaren e afirma que espera atrair novas equipes já para 2004

Para o Mundial que começa hoje à noite, a McLaren investiu US$ 24 mi em recursos eletrônicos, como os controles de tração e de largada

Nem Michael Schumacher nem Juan Pablo Montoya. O grande protagonista da pré-temporada foi Max Mosley, presidente da FIA.
Criticado nos últimos anos por medidas impopulares, como a invenção dos sulcos nos pneus e a mediocrização dos circuitos, desta vez o inglês agradou com o discurso de resgate dos valores.
Um batalha que pode até não dar em nada. Na história da categoria, outras mudanças radicais não conseguiram aproximar os pilotos mais lentos dos mais rápidos.
Em entrevista à Folha, concedida por fax, no turbilhão da polêmica com McLaren e Williams, Mosley falou sobre sua esperança de atrair novos times para a categoria e negou que seu objetivo seja combater a eficiência massacrante da Ferrari nos últimos anos. Segundo ele, em termos de potência e giros do motor, a F-1 deve voltar ao estágio de 1996.
 

Folha - A F-1 terá apenas dez equipes em 2003. Há menos de 15 anos, em 1989, 20 times corriam. Um dos objetivos do corte de custos é atrair participantes para o Mundial. Quando isso vai acontecer?
Max Mosley
- Acredito que, muito provavelmente em 2004 ou 2005, haverá a entrada de novas equipes. E isso é mais do que provável para a temporada de 2006. Esse movimento acontecerá em função das condições que serão criadas com nossas propostas.

Folha - A idéia, para 2006, de adotar um motor que dure seis corridas não vai contra uma das missões originais da F-1, a de trabalhar sempre com o máximo de tecnologia, buscando o limite da performance?
Mosley
- A F-1 continuará sendo o máximo em tecnologia. As equipes buscarão a melhor performance dentro dos parâmetros do novo regulamento. E tenho certeza de que o público achará interessante uma tecnologia que permita gerar 700 cavalos em um motor que, além disso, vai mostrar que também é durável.

Folha - Um motor tão resistente não ficaria devendo em potência? Alguns propulsores da F-1 atual estão próximos dos 900 cavalos.
Mosley
- Essa equação será mais um desafio tecnológico para os engenheiros. Creio que logo teremos motores com a durabilidade exigida e com cerca de 16 mil giros e 700 cavalos de potência, um cenário que vivíamos em 1996.

Folha - Muita gente afirma que essa busca pelo equilíbrio funciona como uma punição ao trabalho duro da Ferrari nos últimos anos...
Mosley
- Como a equipe de ponta do momento, certamente a Ferrari corre o risco de perder mais com as novas regras. Mas o objetivo não é reduzir a superioridade da Ferrari, e sim reduzir custos, pelo menos dos times menores.

Folha - Pessoalmente, como o senhor reagiu às críticas feitas por Williams e McLaren?
Mosley
- Esse assunto já foi muito comentado nos últimos dias. Evidentemente fiquei desapontado, mas confesso que já esperava por isso. Por algum motivo, eles são contra tudo aquilo que não é imaginado por eles mesmos.


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