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GOVERNANÇA CORPORATIVA
Seriedade e ampla divulgação de ações internas dão visibilidade e classificação diferenciada na Bovespa
Prática incentiva a adesão de investidores
MARIANA IWAKURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Boas práticas de governança
corporativa estão em evidência.
Garantir transparência, voz ativa
e informação aos acionistas e à
comunidade adquiriu mais destaque desde que a Bovespa (Bolsa
de Valores do Estado de São Paulo) criou, em 2000, três opções diferenciadas para empresas que se
enquadram em critérios de transparência e de direitos societários.
O sucesso incentivou a criação
de um quarto segmento em 2006,
para empresas que queiram
lançar suas ações aos poucos.
"Acionistas minoritários mais
protegidos compram ações a um
preço melhor e estimulam a abertura de capital", analisa Wang
Horng, gerente de desenvolvimento de empresas da Bovespa.
O princípio da governança corporativa surgiu na década de
1980, mas só aportou no Brasil dez
anos depois. A prática recorre a
auditorias e ampla divulgação para dar transparência à gestão.
O conceito ainda está se consolidando, mas especialistas apostam
nele. "É menos arriscado investir
em quem tem boa governança",
resume José Guimarães Monforte, presidente do conselho do
IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
Empresas fechadas que planejam abrir o capital também podem aderir à prática. "Elas devem
publicar demonstrativos como
se já fossem abertas, para adquirir
a confiança de possíveis investidores", aconselha Oscar Malvessi,
professor da FGV.
A CPFL (distribuidora de energia), de Campinas (SP), implementou essas normas em 2002.
"Preocupamo-nos com transparência para dentro e para fora",
diz Marco Soligo, assessor de governança corporativa.
Entre as práticas estão a publicação de relatórios anuais em formato GRI (Global Reporting Initiative) e a divulgação interna de
relatórios, políticas e investimentos da empresa. Atualmente, a
empresa tem cerca de 8.000 acionistas. "Vimos o futuro da CPFL
no mercado de capitais", diz o
presidente, Wilson Ferreira Jr.
Governo
Transparência é fundamental
para quem faz negócios com o governo. "Deve-se divulgar que as
negociações foram feitas em condições de mercado", aconselha
Alexandre di Miceli da Silveira,
professor da FEA-USP.
As empresas devem também
contestar o resultado de uma licitação, caso se sintam lesadas. "Há
conluio entre empresas, que acertam preços e dividem licitações
previamente", diz Claudio Weber
Abramo, diretor-executivo da
Transparência Brasil. "O setor
privado deve defender mais seu
direito de contestação."
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