|
Próximo Texto | Índice
GUIA DA MATRÍCULA
Antes de matricular os filhos, pais enfrentam quebra-cabeça para entender questões como pedagogia e qualidade de ensino
Saiba escolher o colégio certo
Pais precisam descobrir como é o dia-a-dia de verdade do colégio
Acertar escola exige talento de detetive
LIANE FACCIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Outubro é o mês em que milhares de paulistanos precisam ser um pouco detetives.
São os pais de 15% dos estudantes
matriculados ao ano em escolas
particulares. Como há centenas
de opções em cada uma das cinco
regiões da capital, só uma investigação criteriosa pode levar à escolha certa.
Visitar colégios durante os horários de funcionamento é fundamental. Além de conferir as instalações, dando atenção a itens que
vão da higiene ao uso de equipamentos por parte dos alunos, os
pais devem observar o comportamento de funcionários e estudantes. Vale dar plantões na porta durante a saída para conferir se as
crianças deixam o local animadas,
comentando o que aprenderam,
ou desapontadas, mostrando desinteresse. Mãe de três filhos de
idades diferentes, a consultora
Cristina Cavalheiro esticava a visita até o recreio. "Assim pude
avaliar detalhes que me preocupavam", conta Cristina.
A grande maioria dos paulistanos, 85%, recorre a escolas públicas, onde o acesso se dá por uma
seleção que prioriza a proximidade de casa. Nas escolas particulares, a matrícula só é feita em janeiro, mas há inscrições a partir de
agosto. Algumas preparam palestras de apresentação para grupos
de pais. Quem já passou pela experiência sugere que os interessados peçam para conversar individualmente com o orientador pedagógico -e não aceitem ser entrevistados pelo relações-públicas, mais preocupado com a imagem da instituição do que com a
aplicação de teorias de ensino.
Nesse encontro, conta muito a
perspicácia para avaliar se o
orientador está falando a verdade
ou pintando um quadro irreal. "O
ideal é fazer perguntas que simulem situações do dia-a-dia", afirma a diretora de projetos educacionais do Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Cidadania, Isis
de Palma (veja quadro ao lado).
"Se uma escola diz que se preocupa com a transformação da sociedade, ela deve mostrar que desenvolve projetos sociais." O orientador dessa mesma escola precisa
ainda mostrar interesse em saber
quem é o aluno e qual a expectativa dos pais a respeito do papel da
escola.
Também é importante considerar o grupo social dos colegas da
criança. Uma vez vivendo num
contexto social, ela será influenciada a acompanhar os gastos extras dos coleguinhas. "Descartei
escolas em que as crianças eram
levadas por motoristas particulares e tiravam férias em Miami,
porque esse não é o mundo em
que nossa família vive", diz Isis.
Próximo Texto: Pai pode procurar Justiça após assinar contrato com colégio Índice
|