São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2001

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Método adequado, contextualização e bons salários são indicadores

Educadores dão receita da boa escola

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Há uma década, quando os pais precisavam matricular os filhos na escola, bastava decidir entre duas opções: tradicional ou construtivista. A situação mudou. Para eleger o melhor ensino para a criança, os adultos se pegam avaliando questões tão distintas quanto a grade curricular e o futuro que planejam para seu filho.
A psicopedagoga Raquel Caruso Whitaker, 40, trabalha todo ano com pais perdidos na hora da matrícula. Ela participa de uma equipe multidisciplinar do CAD (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento), que, entre outras atividades, faz workshops para ensinar pais a escolherem as melhores escolas.
"A escola ideal é a adequada aos valores dos pais e às características dos filhos", afirma.
Algumas de suas dicas práticas: para definir como é o seu filho e achar a escola certa, escolha três características principais dele e pergunte nos colégios como elas lidam com aqueles pontos.
Verifique se a escola pede exames anuais de visão e audição. Isso previne mal aproveitamento escolar por problemas médicos.
Veja se as salas são arejadas e bem iluminadas (natural ou artificialmente). Se a escola for para pequenos, deve ter grades.
Na educação infantil, além da biblioteca central, é importante que as classes tenham alguns livros para estimular a leitura. Deve haver dois alunos por computador. A escola não deve ser muito longe de casa, no máximo de 40 minutos a 1 hora de viagem.
Quando avaliar a mensalidade, veja o que ela inclui (material, passeios, acampamentos, recuperação). Pode ser que os gastos adicionais não possam ser suportados pelo orçamento familiar.
A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogos, Nívea Maria Carvalho Fabrício, destaca os recursos empregados em sala. O ensino de disciplinas como história se torna mais interessante quando usa não só livros, mas vídeos e visitas a pontos históricos.
A pedagoga Sylvia Gouvêa, do Conselho Nacional de Educação, diz que a questão não se resume a descobrir qual a melhor metodologia pedagógica. "A resposta pode confundir os pais". É hora de reparar se o colégio aproveita as características da idade em favor do ensino. Em vez de impor aulas paradas e muito teóricas para adolescentes, é mais útil usar a inquietação da idade para fazê-los trabalhar em grupos.
A orientadora pedagógica Maria de Fátima Vaz de Freitas diz que deve ser visto se o colégio remunera bem os professores e oferece atualização permanente. Outro indicador é a ligação dos conteúdos entre as disciplinas. "Se o tema da aula de geografia, por exemplo, está ligado com o de outras disciplinas, o aluno é levado a contextualizar os fatos, e isso faz parte da formação global", afirma a pedagoga.
Para o professor de física Domingos Vasconcelos, pai de dois filhos que são adolescentes, o número de alunos serviu de referência. "Escolhemos uma escola em que as turmas até quarta série não têm mais de 25 alunos por sala."


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