FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas passam parte do dia presas no trânsito, o carro vira extensão da casa. A psicóloga Denise Viera, 34, é uma das que levam tudo no veículo.
"Eu carrego a casa dentro do carro. Como dirijo bastante, deixo as coisas lá porque sei que estarão à mão." Na cabine há sempre cotonete, algodão, protetor solar, meia três-quartos, jornais, contas, sapatos ("que eu troco e acabo esquecendo no carro"), toalhas, correspondência e um providencial agasalho para os dias frios.
Ela admite que sofre de atraso crônico, mas jamais negligencia a aparência. "Levo batom e rímel no carro e me maquio no farol ou quando o trânsito pára."
Quem abre o porta-malas encontra ainda roupa de ginástica, uma cadeira de praia que fica por lá permanentemente ("a gente nunca sabe quando vai resolver descer para o litoral"), mala e sapatos que precisam de reparos e livros de trabalho.
Ela reconhece a bagunça. "As minhas amigas têm o carro mais organizado. Na verdade, eu diria que elas são menos prevenidas."


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