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Crise dos comerciais não abala Cyrela
Para a líder em construção e incorporação, há apenas "um pequeno excesso" de
produção de escritórios
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi em um quadro de desequilíbrio entre oferta superestimada
e demanda reprimida que atuaram as 136 incorporadoras, 120
construtoras e 75 imobiliárias
pesquisadas na estréia da categoria comercial do Prêmio Folha
Qualidade Imobiliária 2003.
A recessão mundial seguida
das consequências do 11 de setembro são vistas como os fatores principais da turbulência que
o mercado de comerciais vem sofrendo desde 2000. A essa situação soma-se a crise dos hotéis,
que ficaram vazios em São Paulo.
Segundo analistas, o mercado
lançou, até a metade do ano passado, algo próximo a 5% do estoque total de escritórios da cidade.
Segundo a consultoria Jones
Lang LaSalle, existe 1,234 milhão
de metros quadrados entregues
desde 1996 nas principais regiões
de comerciais da capital paulista.
Desde o final de 2001, o resultado disso tem sido a devolução de
vários metros quadrados e uma
taxa de vacância (mede o total de
área vaga) que dobrou em 2002.
A região da av. Brigadeiro Faria
Lima (zona oeste), por exemplo,
elevou em 50% o estoque de comerciais de alto padrão em 2002.
Fase de acomodação
"Não há crise nos comerciais, a
crise é do Brasil", rebate Eduardo
Coelho, diretor da Cyrela, vencedora como incorporadora e
construtora de comerciais do
Prêmio Folha. Para ele, há "um
pequeno excesso" de produção,
"nada que um ano de normalidade na economia não resolva".
Segundo Coelho, trata-se de investimento de longa maturação
(pelo menos três anos), "e não há
por que parar". "Mesmo em crise, o mercado cresceu. Não temos pronta entrega, mas 14.000
m2 com pré-reserva de locação."
"Estamos em fase de acomodação entre oferta e demanda. Muitos produtos estão sendo entregues, e o mercado tem de absorver isso", avalia Tomás Salles, diretor da imobiliária Lopes, a que
mais comercializou comerciais.
Flats e hotéis
Entre flats e hotéis, a disputa
por espaço foi feroz nos últimos
anos. "Entre 1998 e 1999, os investidores pessoa física aderiram
a lançamentos sem considerar
projeções futuras de crescimento
da oferta", diz Paulo Salvador,
37, porta-voz do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil.
Giorgio Lorenzo Vanossi, 52,
diretor-técnico da construtora
Setin, terceira entre incorporações comerciais, reconhece que o
mercado de quatro estrelas está
saturado e partiu, desde 1998, para produtos econômicos, como o
Grand Mercury e o Ibis Expo.
Os econômicos e supereconômicos, como Ibis e Formule 1,
são a aposta da Inpar, vice em
construção e incorporação. "Fomos ágeis e saímos na frente", diz
Sérgio Pardal, 42, gerente.
(NB)
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