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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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Crise dos comerciais não abala Cyrela

Para a líder em construção e incorporação, há apenas "um pequeno excesso" de produção de escritórios

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi em um quadro de desequilíbrio entre oferta superestimada e demanda reprimida que atuaram as 136 incorporadoras, 120 construtoras e 75 imobiliárias pesquisadas na estréia da categoria comercial do Prêmio Folha Qualidade Imobiliária 2003.
A recessão mundial seguida das consequências do 11 de setembro são vistas como os fatores principais da turbulência que o mercado de comerciais vem sofrendo desde 2000. A essa situação soma-se a crise dos hotéis, que ficaram vazios em São Paulo.
Segundo analistas, o mercado lançou, até a metade do ano passado, algo próximo a 5% do estoque total de escritórios da cidade. Segundo a consultoria Jones Lang LaSalle, existe 1,234 milhão de metros quadrados entregues desde 1996 nas principais regiões de comerciais da capital paulista.
Desde o final de 2001, o resultado disso tem sido a devolução de vários metros quadrados e uma taxa de vacância (mede o total de área vaga) que dobrou em 2002. A região da av. Brigadeiro Faria Lima (zona oeste), por exemplo, elevou em 50% o estoque de comerciais de alto padrão em 2002.

Fase de acomodação
"Não há crise nos comerciais, a crise é do Brasil", rebate Eduardo Coelho, diretor da Cyrela, vencedora como incorporadora e construtora de comerciais do Prêmio Folha. Para ele, há "um pequeno excesso" de produção, "nada que um ano de normalidade na economia não resolva".
Segundo Coelho, trata-se de investimento de longa maturação (pelo menos três anos), "e não há por que parar". "Mesmo em crise, o mercado cresceu. Não temos pronta entrega, mas 14.000 m2 com pré-reserva de locação."
"Estamos em fase de acomodação entre oferta e demanda. Muitos produtos estão sendo entregues, e o mercado tem de absorver isso", avalia Tomás Salles, diretor da imobiliária Lopes, a que mais comercializou comerciais.

Flats e hotéis
Entre flats e hotéis, a disputa por espaço foi feroz nos últimos anos. "Entre 1998 e 1999, os investidores pessoa física aderiram a lançamentos sem considerar projeções futuras de crescimento da oferta", diz Paulo Salvador, 37, porta-voz do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil.
Giorgio Lorenzo Vanossi, 52, diretor-técnico da construtora Setin, terceira entre incorporações comerciais, reconhece que o mercado de quatro estrelas está saturado e partiu, desde 1998, para produtos econômicos, como o Grand Mercury e o Ibis Expo.
Os econômicos e supereconômicos, como Ibis e Formule 1, são a aposta da Inpar, vice em construção e incorporação. "Fomos ágeis e saímos na frente", diz Sérgio Pardal, 42, gerente. (NB)


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