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Manaus possui mais de 2.000 igrejas evangélicas
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O crescimento das igrejas evangélicas no Amazonas tem como
ingredientes principais a tentativa
de buscar a cura de doenças e a liberdade de discutir temas como a
sexualidade, tratados com reservas na Igreja Católica. Essa é a visão do sociólogo Carlos Santiago,
35, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Associação dos
Sociólogos do Amazonas.
"Nas igrejas evangélicas, as pessoas reproduzem essas necessidades discutindo diretamente com
Deus. Não há o padre ou do confessionário para interferir."
Em Manaus existem mais de
2.000 igrejas evangélicas, segundo
a Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas. A Igreja Universal do Reino de Deus tem cerca
de 70 mil integrantes no Estado e
vai construir em Manaus o maior
templo da região.
Algumas igrejas aumentaram
tanto o número de fiéis que os
pastores se dividiram para abrir
representações na periferia. "Há
três anos começamos no bairro
com quatro fiéis, hoje temos
cem", diz o pastor Júlio César
Inhamuns, 39, da Igreja de Deus
Pentecostal do Brasil.
Para os católicos, o fenômeno é
temporário. "Há muito barulho,
mas depois há o retorno, porque
nós formamos pessoas sólidas e
não com fé superficial", disse Mário Pasqualotto, bispo auxiliar da
Arquidiocese de Manaus.
As igrejas evangélicas também
proliferam nas aldeias indígenas.
Segundo o coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira,
Cláudio Mura, 53, o Ministério da
Justiça precisa disciplinar a situação. "Em algumas aldeias os índios não vão mais para a roça e vivem achando que a religião vai
salvá-los."
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