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Designer volta a PE atrás de praia
MILENA ANDRADE
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM RECIFE
A empregada doméstica Aline
Souza, 38, e o designer H. D. Mabuse, 30, ambos pernambucanos,
têm em comum o fato de terem
ido tentar melhorar de vida em
São Paulo e voltado para Recife
após a experiência na capital paulista. O que separa esses dois personagens são os motivos pelos
quais retornaram à terra natal.
Qualidade de vida e uma oportunidade de emprego mais promissora foram os fatores que determinaram a volta de José Carlos
Arcoverde, o H. D. Mabuse.
Em 1996, o atual gerente de designer do Centro de Estudos
Avançados de Tecnologia de Recife e ex-parceiro de Chico Science nos primórdios do movimento
mangue beat decidiu tentar uma
vaga de trabalho no mercado de
tecnologia que começava a se
abrir em São Paulo.
"Tinha uma empresa aqui em
Recife, mas o mercado estava
muito fechado, e resolvi aproveitar as oportunidades no mercado
paulista", conta Mabuse, que rapidamente arranjou um emprego
de web designer no portal UOL.
No decorrer de três anos, Mabuse conseguiu se estabelecer na cidade, fazer amigos, trabalhou em
outras empresas de tecnologia,
mas não pensou duas vezes quando surgiu uma chance de fazer o
caminho de volta.
"São Paulo é uma cidade desagradável para viver, principalmente por causa da poluição." O
designer afirmou que, apesar de
valorizar muito a multiplicidade
de opções de diversão da vida
paulistana, preferiu a capital pernambucana por causa da praia.
Já o que trouxe de volta ao Nordeste a empregada doméstica Aline Souza foi a frustração com o
que ela pensava ser "a realização
de um sonho".
Em 1995, ela, o marido, as duas
filhas, dois irmãos e a mãe venderam a casa que tinham em Recife e
foram "tentar uma vida melhor
em São Paulo".
Conseguiram emprego, mas sobrava pouco dinheiro. "Só tem
chance de ser alguma coisa melhor quem tem muito estudo", diz
Aline, que sonhava com trabalho
diferente que o de empregada.
Nos cinco anos que ficou, a família continuou com a mesma vida difícil e de privações de Recife,
com o agravante de ter menos dinheiro para diversão.
Em 2000, o marido pediu demissão e decidiu voltar. "Pelo menos agora tenho a praia que é de
graça e a casa da minha sogra para
morar sem ter de pagar aluguel."
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