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Mar del Plata - 1995
Competição gera pouco interesse e apenas uma TV transmite a campanha que levou o Brasil ao pífio sexto lugar, mas assistiu ao início do pugilista Popó e do cavaleiro Rodrigo Pessoa
DA REPORTAGEM LOCAL
Mar del Plata-95
ficou conhecida
no Brasil como
a edição dos Jogos Pan-Americanos que ninguém viu. Por desentendimento entre emissoras de TV e os organizadores da
competição, apenas a rede
CNT/Gazeta, que possuía pouca audiência, passou as competições no país.
A falta de interesse pela disputa foi refletida no quadro de
medalhas. Os brasileiros figuraram apenas na sexta colocação, a pior posição do país desde os Jogos da Cidade do México, em 1955, quando terminaram na sétima posição.
O fim da Guerra Fria esfriou
o interesse no Pan. A expectativa de que Cuba repetisse uma
campanha inesquecível, como
em Havana, quatro anos antes,
não se confirmou. Mesmo sem
grandes estrelas, os EUA logo
dispararam à frente e bateram
seu recorde de ouros (170).
Nas pistas poucos nomes deram alento à disputa. Foi o caso
de Javier Sottomayor (CUB)
campeão no salto em altura,
com a marca de 2,40 m.
Dois veteranos, em fim de
carreira, também triunfaram
no atletismo: Roger Kingdom e
Joaquim Cruz.
O norte-americano, bicampeão olímpico (1984 e 1988),
arrebatou o ouro nos 110 m
com barreiras. Já o brasileiro,
vencedor dos 800 m em Los
Angeles-84, ganhou os 1.500 m.
Nas piscinas a decepção ficou por conta de Tom Jager. O
norte-americano, dono de cinco medalhas olímpicas e três
recordes mundiais, ficou em
terceiro nos 50 m livre. O título
foi conquistado pelo brasileiro
Fernando Scherer.
A delegação nacional, aliás,
destacou-se nas piscinas, com
três ouros, sete pratas e seis
bronzes. No entanto, foi o atletismo que ajudou mais o país
no quadro de medalhas, com
cinco ouros, quatro pratas e
três bronzes.
No hipismo, disputado em
Buenos Aires, o Brasil conquistou o ouro na Copa das Nações
de saltos. No alto do pódio subiram Nelson Pessoa e seu filho, Rodrigo, que nos anos seguintes arrebataria várias taças
importantes, entre elas o tricampeonato da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000) e o ouro
olímpico em Atenas (2004),
tornando-se o mais laureado
cavaleiro do país.
No tênis de mesa, Cláudio
Kano, que fazia dupla com Hugo Hoyama, conquistou suas
últimas medalhas, totalizando
sete ouros, três pratas e dois
bronzes. O mesa-tenista morreu no ano seguinte, em acidente de moto.
Nos ringues o país ficou novamente sem o ouro -tabu que
persiste desde São Paulo-63.
Mas ao menos revelou Acelino
"Popó" Freitas, prata nos leves.
Sem grandes concorrentes, a
Argentina se sobressaiu nos esportes coletivos. O país arrematou ouro no hóquei sobre
grama (masculino e feminino),
no vôlei, no hóquei sobre rodas,
no futebol e no basquete masculino. Nesse último, ganhou o
primeiro título no Pan e iniciou
arrancada que seria completada por um vice-campeonato
mundial (2002) e um título
olímpico (2004).
Se o índice técnico não foi
dos mais altos, o Pan ao menos
assistiu a uma quebra de recorde mundial no levantamento
de peso, com o cubano Pablo
Lara, na categoria até 76 kg.
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