São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Mar del Plata - 1995

Competição gera pouco interesse e apenas uma TV transmite a campanha que levou o Brasil ao pífio sexto lugar, mas assistiu ao início do pugilista Popó e do cavaleiro Rodrigo Pessoa

DA REPORTAGEM LOCAL

Mar del Plata-95 ficou conhecida no Brasil como a edição dos Jogos Pan-Americanos que ninguém viu. Por desentendimento entre emissoras de TV e os organizadores da competição, apenas a rede CNT/Gazeta, que possuía pouca audiência, passou as competições no país.
A falta de interesse pela disputa foi refletida no quadro de medalhas. Os brasileiros figuraram apenas na sexta colocação, a pior posição do país desde os Jogos da Cidade do México, em 1955, quando terminaram na sétima posição.
O fim da Guerra Fria esfriou o interesse no Pan. A expectativa de que Cuba repetisse uma campanha inesquecível, como em Havana, quatro anos antes, não se confirmou. Mesmo sem grandes estrelas, os EUA logo dispararam à frente e bateram seu recorde de ouros (170).
Nas pistas poucos nomes deram alento à disputa. Foi o caso de Javier Sottomayor (CUB) campeão no salto em altura, com a marca de 2,40 m.
Dois veteranos, em fim de carreira, também triunfaram no atletismo: Roger Kingdom e Joaquim Cruz.
O norte-americano, bicampeão olímpico (1984 e 1988), arrebatou o ouro nos 110 m com barreiras. Já o brasileiro, vencedor dos 800 m em Los Angeles-84, ganhou os 1.500 m.
Nas piscinas a decepção ficou por conta de Tom Jager. O norte-americano, dono de cinco medalhas olímpicas e três recordes mundiais, ficou em terceiro nos 50 m livre. O título foi conquistado pelo brasileiro Fernando Scherer.
A delegação nacional, aliás, destacou-se nas piscinas, com três ouros, sete pratas e seis bronzes. No entanto, foi o atletismo que ajudou mais o país no quadro de medalhas, com cinco ouros, quatro pratas e três bronzes.
No hipismo, disputado em Buenos Aires, o Brasil conquistou o ouro na Copa das Nações de saltos. No alto do pódio subiram Nelson Pessoa e seu filho, Rodrigo, que nos anos seguintes arrebataria várias taças importantes, entre elas o tricampeonato da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000) e o ouro olímpico em Atenas (2004), tornando-se o mais laureado cavaleiro do país.
No tênis de mesa, Cláudio Kano, que fazia dupla com Hugo Hoyama, conquistou suas últimas medalhas, totalizando sete ouros, três pratas e dois bronzes. O mesa-tenista morreu no ano seguinte, em acidente de moto.
Nos ringues o país ficou novamente sem o ouro -tabu que persiste desde São Paulo-63. Mas ao menos revelou Acelino "Popó" Freitas, prata nos leves.
Sem grandes concorrentes, a Argentina se sobressaiu nos esportes coletivos. O país arrematou ouro no hóquei sobre grama (masculino e feminino), no vôlei, no hóquei sobre rodas, no futebol e no basquete masculino. Nesse último, ganhou o primeiro título no Pan e iniciou arrancada que seria completada por um vice-campeonato mundial (2002) e um título olímpico (2004).
Se o índice técnico não foi dos mais altos, o Pan ao menos assistiu a uma quebra de recorde mundial no levantamento de peso, com o cubano Pablo Lara, na categoria até 76 kg.


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