São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Winnipeg - 1999

Nem doping de Javier Sotomayor e manobra na programação ajudam Canadá a superar Cuba; Brasil festeja pódios no atletismo com Eronilde Araújo, Claudinei Quirino e Maurren Maggi

Arquivo Folha
Robert Scheidt festeja após ouro na laser


DA REPORTAGEM LOCAL

Para superar Cuba e assegurar a segunda posição no quadro de medalhas, o Canadá tentou direcionar os Jogos, retirando força dos esportes em que seus rivais dominavam o pódio.
Assim, o levantamento de peso deixou de distribuir três medalhas (arranque, arremesso e total) em dez categorias e passou a conceder comendas só pelo total, em oito divisões de peso. Ou seja, Cuba, que podia arrematar 30 ouros, passou a lutar por apenas oito.
Além disso, foram incluídas modalidades em que os anfitriões eram competitivos, como pólo aquático feminino. O Canadá acabou campeão.
Não bastasse isso, Cuba viu seu maior astro, Javier Sottomayor, flagrado no antidoping. Destituído do ouro no salto em altura, ele perdeu a chance de se sagrar o primeiro tetracampeão do atletismo nos Jogos.
Pior: com sua eliminação, o Canadá faturou dois ouros, já que Mark Boswell e Kwaku Boateng haviam ficado empatados em segundo lugar.
A guerra de nervos também atingiu a imprensa. O diário local "Winnipeg Sun" lançou concurso para os leitores adivinharem quantos cubanos pediriam asilo político. O prêmio: uma viagem até a ilha de Fidel. No total, houve 13 deserções.
Mesmo assim, Cuba manteve o segundo posto, com 70 ouros, seis a mais do que o rival.
O Brasil, por sua vez, mantinha disputa similar com a Argentina pelo quarto lugar na classificação geral. Empatado em ouros -25, recorde dos brasileiros-, o país só superou os arqui-rivais em número de pratas (32 a 19).
Para isso, foram decisivas as colheitas no atletismo e na natação. No primeiro, o país voltou a emplacar um tricampeão 40 anos após o feito do saltador Adhemar Ferreira da Silva. Eronilde Araújo levou o terceiro título seguido nos 400 m com barreiras.
Claudinei Quirino também se destacou com vitórias nos 200 m e no 4 x 100 m. Poucos dias depois, ganhou a prata na primeira prova no Mundial de Sevilha. No ano seguinte, nova prata, no 4 x 100 m, nos Jogos Olímpicos de Sydney.
Winnipeg viu surgir Maurren Higa Maggi. Ela ganhou o salto em distância e foi a segunda nos 100 m com barreiras. Quatro anos depois, um conturbado caso de doping a retirou do Pan de Santo Domingo.
Na maratona, Vanderlei Cordeiro ficou com o título. Eder Fialho poderia subir no segundo degrau do pódio, mas uma diarréia o fez interromper a corrida, perder posição e chegar em terceiro. Uma macarronada mal temperada foi a vilã.
"Queria molho de tomate e exagerei no ketchup", contou.
Na natação, o Brasil dominou o nado livre masculino e somou sete ouros, três pratas e cinco bronzes, mesmo com a concorrência das equipes de Canadá e EUA.
A vela também cumpriu boa campanha, com nove pódios, mas só Robert Scheidt (laser) levou o ouro. O basquete masculino foi campeão, mas teve poucos motivos para festejar. A equipe acabara de fracassar no Pré-Olímpico de Porto Rico.


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