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Winnipeg - 1999
Nem doping de Javier Sotomayor e manobra na programação ajudam Canadá a superar Cuba; Brasil festeja pódios no atletismo com Eronilde Araújo, Claudinei Quirino e Maurren Maggi
Arquivo Folha
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Robert Scheidt festeja após ouro na laser |
DA REPORTAGEM LOCAL
Para superar Cuba e
assegurar a segunda
posição no quadro de
medalhas, o Canadá
tentou direcionar os
Jogos, retirando força dos esportes em que seus rivais dominavam o pódio.
Assim, o levantamento de
peso deixou de distribuir três
medalhas (arranque, arremesso e total) em dez categorias e
passou a conceder comendas
só pelo total, em oito divisões
de peso. Ou seja, Cuba, que podia arrematar 30 ouros, passou
a lutar por apenas oito.
Além disso, foram incluídas
modalidades em que os anfitriões eram competitivos, como pólo aquático feminino. O
Canadá acabou campeão.
Não bastasse isso, Cuba viu
seu maior astro, Javier Sottomayor, flagrado no antidoping.
Destituído do ouro no salto em
altura, ele perdeu a chance de
se sagrar o primeiro tetracampeão do atletismo nos Jogos.
Pior: com sua eliminação, o
Canadá faturou dois ouros, já
que Mark Boswell e Kwaku
Boateng haviam ficado empatados em segundo lugar.
A guerra de nervos também
atingiu a imprensa. O diário local "Winnipeg Sun" lançou
concurso para os leitores adivinharem quantos cubanos pediriam asilo político. O prêmio:
uma viagem até a ilha de Fidel.
No total, houve 13 deserções.
Mesmo assim, Cuba manteve o segundo posto, com 70 ouros, seis a mais do que o rival.
O Brasil, por sua vez, mantinha disputa similar com a Argentina pelo quarto lugar na
classificação geral. Empatado
em ouros -25, recorde dos
brasileiros-, o país só superou
os arqui-rivais em número de
pratas (32 a 19).
Para isso, foram decisivas as
colheitas no atletismo e na natação. No primeiro, o país voltou a emplacar um tricampeão
40 anos após o feito do saltador
Adhemar Ferreira da Silva.
Eronilde Araújo levou o terceiro título seguido nos 400 m
com barreiras.
Claudinei Quirino também
se destacou com vitórias nos
200 m e no 4 x 100 m. Poucos
dias depois, ganhou a prata na
primeira prova no Mundial de
Sevilha. No ano seguinte, nova
prata, no 4 x 100 m, nos Jogos
Olímpicos de Sydney.
Winnipeg viu surgir Maurren Higa Maggi. Ela ganhou o
salto em distância e foi a segunda nos 100 m com barreiras.
Quatro anos depois, um conturbado caso de doping a retirou do Pan de Santo Domingo.
Na maratona, Vanderlei Cordeiro ficou com o título. Eder
Fialho poderia subir no segundo degrau do pódio, mas uma
diarréia o fez interromper a
corrida, perder posição e chegar em terceiro. Uma macarronada mal temperada foi a vilã.
"Queria molho de tomate e
exagerei no ketchup", contou.
Na natação, o Brasil dominou o nado livre masculino e
somou sete ouros, três pratas e
cinco bronzes, mesmo com a
concorrência das equipes de
Canadá e EUA.
A vela também cumpriu boa
campanha, com nove pódios,
mas só Robert Scheidt (laser)
levou o ouro. O basquete masculino foi campeão, mas teve
poucos motivos para festejar. A
equipe acabara de fracassar no
Pré-Olímpico de Porto Rico.
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