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ONU retira funcionários do Afeganistão
DA REDAÇÃO
Temendo um ataque, as
Nações Unidas retiraram
ontem funcionários estrangeiros do Afeganistão "devido às circunstâncias que
prevalecem internacionalmente".
Funcionários de agências
humanitárias também começaram a deixar o país ontem. O Comitê Internacional
da Cruz Vermelha (CICV)
decidiu suspender temporariamente suas operações e
reduzir o número de pessoas
que atuam no Afeganistão,
também devido ao temor de
retaliação.
O CICV decidiu retirar 20
dos cerca de 70 funcionários
que mantém no país e enviá-los para o Paquistão.
A segurança foi reforçada
em Cabul (capital afegã),
embora o grupo extremista
islâmico Taleban, que controla quase todo o país, tenha negado, poucas horas
após os atentados, envolvimento na ação. Ontem, o
grupo disse que um eventual
ataque norte-americano ao
país seria "estéril".
De acordo com o jornal
britânico "The Times", o terrorista saudita Osama bin
Laden, que viveria no Afeganistão, deu os parabéns aos
terroristas que promoveram
os atentados, mas negou envolvimento. Citando Jamal
Ismail, um jornalista próximo a assessores do milionário saudita, o jornal disse
que ele "não tinha conhecimento prévio do ataque".
As raras declarações atribuídas a Bin Laden não podem ser confirmadas.
Bin Laden, que integra a
lista dos dez criminosos
mais procurados pelo FBI
-a polícia federal norte-americana-, é um dos
principais suspeitos dos ataques.
Segundo Abdu Bari Atwan, editor da publicação
"Al Quds Al Arabi" (Jerusalém Árabe), Bin Laden teria
advertido, três semanas
atrás, que realizaria um ataque sem precedentes contra
alvos dos Estados Unidos.
A extradição de Bin Laden,
protegido pelo Taleban, foi
solicitada diversas vezes ao
grupo extremista, sem sucesso.
África
Ontem o Taleban, que
controla mais de 90% do
Afeganistão, declarou estar
disposto a analisar documentos norte-americanos
sobre a explosão de sua embaixada em Nairóbi, no
Quênia, e em Dar-es-Salam,
na Tanzânia, em 1998. Os
atentados, ocorridos no
mesmo dia, mataram 224
pessoas (12 norte-americanos) e deixaram mais de
4.000 feridos.
Os Estados Unidos acusam Bin Laden por esses ataques na África e condenaram quatro pessoas que foram considerados culpadas
por terem conspirado com o
dissidente saudita com o objetivo de matar norte-americanos. Os EUA bombardearam o Afeganistão em 98 em
retaliação aos ataques às embaixadas.
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