São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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ONU retira funcionários do Afeganistão

DA REDAÇÃO

Temendo um ataque, as Nações Unidas retiraram ontem funcionários estrangeiros do Afeganistão "devido às circunstâncias que prevalecem internacionalmente".
Funcionários de agências humanitárias também começaram a deixar o país ontem. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) decidiu suspender temporariamente suas operações e reduzir o número de pessoas que atuam no Afeganistão, também devido ao temor de retaliação.
O CICV decidiu retirar 20 dos cerca de 70 funcionários que mantém no país e enviá-los para o Paquistão.
A segurança foi reforçada em Cabul (capital afegã), embora o grupo extremista islâmico Taleban, que controla quase todo o país, tenha negado, poucas horas após os atentados, envolvimento na ação. Ontem, o grupo disse que um eventual ataque norte-americano ao país seria "estéril".
De acordo com o jornal britânico "The Times", o terrorista saudita Osama bin Laden, que viveria no Afeganistão, deu os parabéns aos terroristas que promoveram os atentados, mas negou envolvimento. Citando Jamal Ismail, um jornalista próximo a assessores do milionário saudita, o jornal disse que ele "não tinha conhecimento prévio do ataque".
As raras declarações atribuídas a Bin Laden não podem ser confirmadas.
Bin Laden, que integra a lista dos dez criminosos mais procurados pelo FBI -a polícia federal norte-americana-, é um dos principais suspeitos dos ataques.
Segundo Abdu Bari Atwan, editor da publicação "Al Quds Al Arabi" (Jerusalém Árabe), Bin Laden teria advertido, três semanas atrás, que realizaria um ataque sem precedentes contra alvos dos Estados Unidos.
A extradição de Bin Laden, protegido pelo Taleban, foi solicitada diversas vezes ao grupo extremista, sem sucesso.

África
Ontem o Taleban, que controla mais de 90% do Afeganistão, declarou estar disposto a analisar documentos norte-americanos sobre a explosão de sua embaixada em Nairóbi, no Quênia, e em Dar-es-Salam, na Tanzânia, em 1998. Os atentados, ocorridos no mesmo dia, mataram 224 pessoas (12 norte-americanos) e deixaram mais de 4.000 feridos.
Os Estados Unidos acusam Bin Laden por esses ataques na África e condenaram quatro pessoas que foram considerados culpadas por terem conspirado com o dissidente saudita com o objetivo de matar norte-americanos. Os EUA bombardearam o Afeganistão em 98 em retaliação aos ataques às embaixadas.



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