São Paulo, terça, 14 de julho de 1998

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NOVA GERAÇÃO

mam agenda visitas gratuitas para escolas, seguidas de trabalhos no seu ateliê; seu setor pedagógico segue filosofia interdisciplinar, que orienta novos modos de percepção da arte

A educação pela arte

MÔNICA RODRIGUES COSTA
Editora da Folhinha

A preocupação pedagógica no Museu de Arte Moderna (mam) existe desde a época de sua fundação, em 1948. O museu sempre teve o objetivo de formar monitores para difundir arte moderna e contemporânea. Para Vera Barros, artista plástica e a responsável, junto com Carlos Barmak, pelo Educativo mam, o museu quer aproximar-se do público e, a partir de seu repertório, propor modos interdisciplinares de observação da obra.
"As pessoas recebem o tempo todo excesso de informações das mídias. Queremos interagir a partir da seleção das informações pelas pessoas. Essa escolha faz com que a informação se transforme em conhecimento, e o conhecimento, em prazer", diz Barros. Para Barmak, o Educativo mam "está se transformando em um laboratório de idéias".
O Educativo mam toma a exposição como ponto de partida e promove palestras e mostras de cinema, preparando a monitoria e realizando dois ou três encontros de formação de professores sobre a exposição. No segundo semestre, oferecerá cursos baseados nessa filosofia.
O mam agenda visitas gratuitas para escolas, seguidas de vivência no ateliê, que é equipado com instrumentos multimídias, como estúdio de vídeo com "chromakey", instrumentos musicais e os materiais vistos nas obras contemporâneas, de papel e lápis de cor a sucata.
Os monitores procuram criar vínculos entre as obras, a TV, o cinema e explicam estilo, se as obras são figurativas ou abstratas. A visita dura uma hora e meia. Ás vezes, a atividade depois da visita acontece no espaço da exposição. As crianças desenham e levam os trabalhos para casa. No ateliê, interagem com a obra.
O museu cede espaço a grupos -de pessoas portadoras de deficiências, por exemplo- e dá cursos de formação a coordenadores de creches da Prefeitura de São Paulo, ensinando práticas ligadas a desenho, vídeo, pintura, TV. O curso do primeiro semestre versou sobre mídias, com análise crítica dos programas.
O mam recebe, em média, 225 alunos agendados por dia, de terça a sexta. Nos fins-de-semana, de 100 a 150 visitantes em grupos. Segundo o superintendente Ronaldo Bianchi, o orçamento anual para o serviço pedagógico é de R$ 185 mil: R$ 120 mil vêm da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e R$ 60 mil, da Fundação Finambrás (Financeira Brasileira Corretora de Câmbio Tipos e Valores Mobiliários Limitada). "Hoje, o mam tem capacidade para receber de 200 a 330 crianças/dia. Depois que ampliarmos o espaço, o museu aumentará em 50% a capacidade de atendimento."



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