São Paulo, terça, 14 de julho de 1998

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VERSÃO CARIOCA

MAM do Rio também comemora seu cinquentenário neste ano, mas não recuperou a vitalidade que exibia antes do incêndio de julho de 1978, que destruiu 90% do seu acervo

Em recuperação

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro também está completando 50 anos, programou uma série de eventos especiais, mas a efeméride será comemorada sem grande entusiasmo.
A instituição hoje é bastante diferente do que foi em seu período áureo, nos anos 60 e 70, quando se destacou como irradiador da arte de vanguarda no país.
O principal motivo para a mudança do perfil do MAM-RJ é o incêndio ocorrido na madrugada de 8 de julho de 1978. Em apenas 40 minutos, o fogo (provocado provavelmente por um curto-circuito) destruiu quase mil obras de arte (90% de seu acervo). O museu nunca se recuperou totalmente dessa tragédia, na qual foram consumidas pelas chamas mais de 70 obras do uruguaio Torres García, além de quadros de Picasso, Dalí, Klee, Portinari, Djanira, Segall e Miró, entre outros.
O MAM-RJ foi fundado em 5 de maio de 1948 por entusiastas da arte liderados pelo colecionador Raymundo de Castro Maya. A partir de meados dos anos 50, quando mudou para sua sede atual, diante da baía da Guanabara, assumiu importante papel na vida cultural brasileira.
Mostras como as de Lygia Clark e Amilcar de Castro, realizadas em 1958, marcaram o surgimento do neoconcretismo. Em 1965, na inauguração da mostra Opinião 65, Hélio Oiticica fez a primeira apresentação do Parangolé. Artistas como Tunga, Cildo Meirelles e Waltércio Caldas formaram-se no museu.
Nos anos 70, milhares de pessoas se reuniam nos seus jardins, nos "Domingos de Criação", para realizar trabalhos que aproximavam o público dos artistas.
Após o incêndio de 1978, o museu só voltou a ganhar fôlego em 1993, quando Gilberto Chateaubriand cedeu seu valioso acervo ao MAM (leia texto abaixo).
Mesmo assim, o museu acumula, segundo sua nova diretora, Maria Regina Nascimento Brito, uma dívida de US$ 3 milhões, tem uma despesa mensal R$ 180 mil e sobrevive basicamente de sua bilheteria. Para reconquistar o status de referência cultural, Maria Regina iniciou a campanha "Amigos do MAM", que pretende obter a adesão de novos sócios.



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