São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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SMASHING PUMPKINS
Hoje, Rio; Domingo, SP
Banda de Chicago toca pela 2ª vez no Brasil, em show da turnê do CD 'Adore'; o guitarrista James Iha fala à Folha

A abóbora perfeita

LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local

O Smashing Pumpkins finaliza na América do Sul a turnê que rodou a Europa e os EUA nos últimos três meses e meio. O trio vem para divulgar seu quarto álbum (sem contar uma coletânea e um mini-LP), "Adore", lançado em junho.
Liderado pelo maior perfeccionista do rock americano, o guitarrista, vocalista e principal letrista Billy Corgan, o grupo deixou de ser um quarteto em 96, pouco mais de seis meses depois de se apresentar no festival Hollywood Rock, quando o baterista Jimmy Chamberlain foi expulso por se envolver na morte por overdose de heroína do tecladista que acompanhava a banda nas turnês.
O baterista formava com Corgan a cozinha criativa da banda, que compôs as bases para os álbuns de sucesso "Siamese Dream" e "Mellon Collie and the Infinite Sadness".
Os outros dois integrantes, a baixista D'Arcy Wretzky e o guitarrista James Iha, apenas reproduziam as composições criadas pelos dois.
Em entrevista à Folha, por telefone, de Miami (EUA), o guitarrista James Iha falou sobre gravar sem um baterista e sobre os shows da turnê.

Folha - Como é gravar sem baterista?
James Iha -
Tivemos três bateristas no disco, e também usamos uma bateria eletrônica e "loops". Não foi muito diferente. Costumávamos, antes do Jimmy, tocar apenas com uma bateria eletrônica. Na turnê estamos trazendo um baterista que tocará todas as faixas.
Folha - O título "Mellon Collie and the Infinite Sadness" (melancolia e a infelicidade sem fim) não seria mais adequado para o novo álbum?
Iha -
Algumas das músicas têm temas tristes, mas as pessoas estão encarando o disco de maneira errada. Não queríamos que fosse um disco triste.
Folha - Como foi trabalhar sob a produção de Billy Corgan?
Iha -
Ele co-produziu a maior parte do disco. Não foi uma grande diferença. Nós apenas não tivemos um grande produtor por perto. Com um produtor há uma opinião objetiva, mas não dá para experimentar muito.
Folha - Billy Corgan diz que "Adore" não é um disco de rock. O que é então?
Iha -
O que é? Não sei. É difícil de dizer. É basicamente um disco com boas bases e boas letras.
Folha - Como foi a experiência de tocar no Brasil, em 96?
Iha -
Foi muito bom. Todas as pessoas que encontramos foram muito legais, o tempo estava ótimo e a comida era muito boa.
Iha - Vocês planejam algo especial para os dois shows no Brasil?
A turnê é basicamente a mesma que estamos apresentado neste momento nos EUA. A maior parte do repertório é do novo disco. É um bom show, mas tocamos apenas algumas faixas velhas.

O Smashing Pumpkins acabou de rodar nos EUA o seu novo videoclipe, "Perfect", o segundo de "Adore" (o primeiro foi "Ava Adore"), que pretende ser uma continuação do sucesso "1979", do álbum anterior, "Mellon Collie and the Infinite Sadness"; a música segue a mesma batida repetitiva do hit e faz parte do repertório da turnê que chega hoje ao país



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