São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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CLOSE-UP PLANET 98

Dia 20, Rio; Dia 22, SP
A islandesa traz ao festival brasileiro a turnê de seu mais recente disco, 'Homogenic'; leia entrevista com a cantora

Divulgação


BJORK
Diva para os 90

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

"Hello!" A voz de criança do outro lado da linha não deixava dúvidas: era Björk ao telefone. Assim, de Paris, ela conta como será seu show no Brasil, dias 22 e 23: "Tive muita sorte, consegui reunir os mesmos músicos do álbum "Homogenic' no palco, e algumas músicas ficaram ainda melhores", disse, animada.
Um orquestra de cordas da Islândia, mais os DJs/produtores Mike Paradinas e Mark Bell (do LFO) envolvem a cantora na magia que lhe é habitual também em cena.
Quem já gosta de Björk vai adorar o show; quem vai conhecer neste Close Up Festival certamente correrá para comprar o disco; quem viu sua primeira apresentação no Brasil... Bem, este é um fã que já está tomado de paixão. Quem não se lembra da delicadeza e da intensidade da cantora em sua já clássica "Isobel"?
Para estes, seu set list previsto no show inclui ainda os hits "Possibly Maybe", "Venus as a Boy", "Human Behaviour", "Hyper-Ballad" (verdadeiro hino) e "Violently Happy", junto às novas e introspectivas canções de "Homogenic".
"O show combina momentos de grande intimidade com outros de bastante intensidade", diz Björk, que, a julgar pelas outras passagens desta turnê, deverá usar uma roupa que presta homenagem ao Brasil.
Entre esses momentos intensos, a cantora destaca a faixa "Hunter", que abre o álbum ("Ficou ainda melhor que no disco!") e "Pluto", que, se no CD tem apenas um pé no tecno, foi escalada para transformar o palco em pista de dança.
Solo
Com o fim da banda de dance music Sugarcubes, da qual era vocalista, veio "Debut" (93), o primeiro álbum-solo, marcando também sua estréia como compositora. Ninguém acreditou. Ainda mais porque vieram junto desconcertantes videoclipes, imagem e atitudes perfeitas para os anos 90. O álbum vendeu mais de 2,5 milhões de cópias, o que só ascendeu as vendas de "Post" (95), batendo nos 3,5 milhões.
É em "Post" que Björk sedimentou sua parceiria eletrônica com nomes como Howie B. e Tricky, mais Graham Massey (808 State) e os arranjos do brasileiro Eumir Deodato, bem-sucedida parceiria parceria que repetiu em "Homogenic".
Aficionada pela música eletrônica e por suas variações, Björk deverá trazer o que de mais avant-garde se produz hoje nesse terreno, em termos de sonoridade e de resultados.
Combinar sua exótica voz de esquimó com os avanços da linguagem dos equipamentos digitais e com emoção dos timbres dos violoncelos e violinos, num espírito ao mesmo tempo pop e underground.
Muitos paradoxos? Björk não faz por menos: é a real diva destas nossas gerações.



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