|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CLOSE-UP PLANET 98
Dia 20, Rio; Dia 22, SP
A islandesa traz ao festival brasileiro a turnê de seu mais recente disco, 'Homogenic'; leia entrevista com a cantora
Divulgação
|
BJORK
Diva para os 90
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
"Hello!" A voz de criança do outro lado da linha não deixava dúvidas: era Björk ao telefone. Assim, de
Paris, ela conta como será seu show
no Brasil, dias 22 e 23: "Tive muita
sorte, consegui reunir os mesmos
músicos do álbum "Homogenic' no
palco, e algumas músicas ficaram
ainda melhores", disse, animada.
Um orquestra de cordas da Islândia, mais os DJs/produtores Mike
Paradinas e Mark Bell (do LFO) envolvem a cantora na magia que lhe é
habitual também em cena.
Quem já gosta de Björk vai adorar
o show; quem vai conhecer neste
Close Up Festival certamente correrá
para comprar o disco; quem viu sua
primeira apresentação no Brasil...
Bem, este é um fã que já está tomado
de paixão. Quem não se lembra da
delicadeza e da intensidade da cantora em sua já clássica "Isobel"?
Para estes, seu set list previsto no
show inclui ainda os hits "Possibly
Maybe", "Venus as a Boy", "Human Behaviour", "Hyper-Ballad"
(verdadeiro hino) e "Violently
Happy", junto às novas e introspectivas canções de "Homogenic".
"O show combina momentos de
grande intimidade com outros de
bastante intensidade", diz Björk,
que, a julgar pelas outras passagens
desta turnê, deverá usar uma roupa
que presta homenagem ao Brasil.
Entre esses momentos intensos, a
cantora destaca a faixa "Hunter",
que abre o álbum ("Ficou ainda melhor que no disco!") e "Pluto",
que, se no CD tem apenas um pé no
tecno, foi escalada para transformar
o palco em pista de dança.
Solo
Com o fim da banda de dance music Sugarcubes, da qual era vocalista,
veio "Debut" (93), o primeiro álbum-solo, marcando também sua
estréia como compositora. Ninguém
acreditou. Ainda mais porque vieram junto desconcertantes videoclipes, imagem e atitudes perfeitas para
os anos 90. O álbum vendeu mais de
2,5 milhões de cópias, o que só ascendeu as vendas de "Post" (95),
batendo nos 3,5 milhões.
É em "Post" que Björk sedimentou sua parceiria eletrônica com nomes como Howie B. e Tricky, mais
Graham Massey (808 State) e os arranjos do brasileiro Eumir Deodato,
bem-sucedida parceiria parceria que
repetiu em "Homogenic".
Aficionada pela música eletrônica
e por suas variações, Björk deverá
trazer o que de mais avant-garde se
produz hoje nesse terreno, em termos de sonoridade e de resultados.
Combinar sua exótica voz de esquimó com os avanços da linguagem
dos equipamentos digitais e com
emoção dos timbres dos violoncelos
e violinos, num espírito ao mesmo
tempo pop e underground.
Muitos paradoxos? Björk não faz
por menos: é a real diva destas nossas gerações.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|