São Paulo, Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 1999
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SP
Carro quebrado pode tirar pontos
Público grita é campeã para a Nenê

da Reportagem Local

A escola de samba Nenê de Vila Matilde foi a única que arrancou espontaneamente gritos de "É campeã!" do público presente ao Sambódromo de São Paulo, mas falhas pontuais no desfile podem fazê-la perder pontos.
Comemorando 50 anos de existência, a escola apresentou o enredo "Voa Águia, Voa, que Sampa é Toda Sua". Com ele, tenta ser a campeã, o que não acontece desde 1985.
Na concentração, foi entoado um pot-pourri, que incluía "Narciso Negro", samba que rendeu o terceiro lugar à escola em 97.
No entanto, no meio do desfile, o penúltimo carro da escola, que representava a noite paulistana, quebrou antes de entrar na avenida.
Com isso, a Nenê desfilou com cinco carros alegóricos, o mínimo permitido, e não foi punida.
Todos estavam impecáveis e com bons efeitos especiais, mas a falta de um deles pode custar pontos nos quesitos alegoria e enredo.
Além disso, a escola parece ter se empolgado ao ver seu samba cantado pelo público, e perdeu tempo na avenida, sendo obrigada a apressar o fim do desfile para não estourar o tempo regulamentar.
Muitos dos componentes pareciam não querer sair da pista, sob o comando do "padrinho" da bateria, o ator Miguel Falabella.
Sem se separar de sua latinha de cerveja, o fundador da escola, Alberto Alves da Silva, 77, o seu Nenê, não perdeu a oportunidade de cutucar a rival Vai-Vai. "Não interessa isso (a quebra do carro). A Nenê é campeã sempre. A Vai-Vai só tem garganta (fala demais)."

Com torcida
Com um dos refrãos mais fáceis da noite, a X-9 cativou uma parte do público, que cantava junto com os componentes da escola e batia palmas quando o samba mandava.
Uma das únicas a não ter problemas com alegorias ou fantasias, a X-9 acabou prejudicada por falhas da harmonia, que deixou vagar um grande espaço branco entre a penúltima ala e a bateria.
Já a Gaviões da Fiel entrou na avenida com um dos maiores gritos de torcida. Mas a empolgação do início se deveu apenas à grande quantidade de simpatizantes da escola nas arquibancadas.
Durante o desfile, o samba não pegou e o público se limitou a balançar os braços.

Em cima da hora

Cerca de 15 minutos antes de entrar na avenida, o carro abre-alas da Rosas de Ouro teve o eixo quebrado.
Sem perspectiva de conserto rápido, os integrantes da escola arrastaram a alegoria para trás.
Com um macaco hidráulico, foi feito um arranjo rápido no carro, que o colocou em condições de desfilar novamente.
Apesar do conserto, o carnavalesco Raul Diniz disse que efeitos especiais previstos acabaram não funcionando.
"Mas consegui fazer um enredo que tornou a Rosas uma escola alegre", disse Diniz.


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