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SP
Carro quebrado pode tirar pontos
Público grita
é campeã
para a Nenê
da Reportagem Local
A escola de samba Nenê de Vila
Matilde foi a única que arrancou
espontaneamente gritos de "É
campeã!" do público presente ao
Sambódromo de São Paulo, mas
falhas pontuais no desfile podem
fazê-la perder pontos.
Comemorando 50 anos de existência, a escola apresentou o enredo "Voa Águia, Voa, que Sampa é
Toda Sua". Com ele, tenta ser a
campeã, o que não acontece desde
1985.
Na concentração, foi entoado um
pot-pourri, que incluía "Narciso
Negro", samba que rendeu o terceiro lugar à escola em 97.
No entanto, no meio do desfile, o
penúltimo carro da escola, que representava a noite paulistana, quebrou antes de entrar na avenida.
Com isso, a Nenê desfilou com
cinco carros alegóricos, o mínimo
permitido, e não foi punida.
Todos estavam impecáveis e com
bons efeitos especiais, mas a falta
de um deles pode custar pontos
nos quesitos alegoria e enredo.
Além disso, a escola parece ter se
empolgado ao ver seu samba cantado pelo público, e perdeu tempo
na avenida, sendo obrigada a
apressar o fim do desfile para não
estourar o tempo regulamentar.
Muitos dos componentes pareciam não querer sair da pista, sob o
comando do "padrinho" da bateria, o ator Miguel Falabella.
Sem se separar de sua latinha de
cerveja, o fundador da escola, Alberto Alves da Silva, 77, o seu Nenê, não perdeu a oportunidade de
cutucar a rival Vai-Vai. "Não interessa isso (a quebra do carro). A
Nenê é campeã sempre. A Vai-Vai
só tem garganta (fala demais)."
Com torcida
Com um dos refrãos mais fáceis
da noite, a X-9 cativou uma parte
do público, que cantava junto com
os componentes da escola e batia
palmas quando o samba mandava.
Uma das únicas a não ter problemas com alegorias ou fantasias, a
X-9 acabou prejudicada por falhas
da harmonia, que deixou vagar um
grande espaço branco entre a penúltima ala e a bateria.
Já a Gaviões da Fiel entrou na
avenida com um dos maiores gritos de torcida. Mas a empolgação
do início se deveu apenas à grande
quantidade de simpatizantes da
escola nas arquibancadas.
Durante o desfile, o samba não
pegou e o público se limitou a balançar os braços.
Em cima da hora
Cerca de 15 minutos antes de entrar na avenida, o carro abre-alas
da Rosas de Ouro teve o eixo quebrado.
Sem perspectiva de conserto rápido, os integrantes da escola arrastaram a alegoria para trás.
Com um macaco hidráulico, foi
feito um arranjo rápido no carro,
que o colocou em condições de
desfilar novamente.
Apesar do conserto, o carnavalesco Raul Diniz disse que efeitos
especiais previstos acabaram não
funcionando.
"Mas consegui fazer um enredo
que tornou a Rosas uma escola alegre", disse Diniz.
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