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Aplicações são as melhores parceiras do financiamento
Poupador paciente multiplica dinheiro e reduz gasto com juros da dívida
EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A alta procura por crédito
mostra que o brasileiro acha
bom negócio financiar um imóvel. Não é o que pensam especialistas em finanças.
Para eles, ter disciplina e paciência para poupar e seguir pagando aluguel pode ser o melhor investimento -no final,
será possível comprar à vista ou
financiar um valor menor.
Mesmo quem já tem dinheiro guardado deve esperar, sugere William Eid Júnior, 51, coordenador do Centro de Estudos
Financeiros da Fundação Getulio Vargas. "Muitos dizem:
"financiando, pago algo que é
meu". Com boas aplicações,
mantenho meu capital, que
ainda rende mais", argumenta.
A recomendação vale também para quem já poupou
quantia semelhante ao valor do
imóvel que pretende comprar.
"Se a pessoa aplicar o dinheiro, conseguirá pagar o aluguel e
terá uma sobra, mantendo a
mesma estabilidade associada
aos imóveis", avalia Eid Júnior.
Com aplicações financeiras
seguras, como fundos de renda
fixa, obtêm-se rendimentos de
0,8% a 0,9% com baixos riscos.
"Em média, o valor do aluguel
varia de 0,5% a 1% do valor do
imóvel. Com os rendimentos,
pode-se cobrir completamente
o custo e conseguir uma margem", concorda Francis Hesse,
50, consultor financeiro.
Se a decisão é comprar, é melhor desembolsar uma quantia
significativa e dar de entrada,
usando também o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço), que pode ser sacado
após três anos de contribuição.
O saldo deve ser parcelado
em prestações que não representem mais do que 30% da
renda líquida mensal.
Tipos de prestação
O valor das prestações pode
ser definido de duas maneiras.
Há planos com parcelas reajustáveis -com juros definidos e
taxas de correção, geralmente a
TR (Taxa Referencial)- e com
mensalidades fixas, em que a
taxa de juros geralmente é mais
alta, pois não se cobra a TR.
Segundo Hesse, a tendência é
que a TR caia, a longo prazo, se
as condições da economia se
mantiverem. O plano reajustável seria o mais vantajoso.
Alguns bancos também oferecem juros menores durante
os três primeiros anos -depois
eles aumentam.
"O risco é ter dificuldades
quando as prestações subirem.
Se não houver expectativa de
que o salário aumente, é melhor não optar por esses planos", alerta Eid Júnior,da Fundação Getulio Vargas.
(ECL)
Poupador
Como queria sair da casa dos
pais, Felipe Soller, 25,
produtor de eventos,
economizou parte do salário
por dois anos e usou FGTS
para dar entrada em um
apartamento na Vila Carrão
(zona leste). Até receber as
chaves, em 2010, ele paga a
entrada à construtora;
depois, quer financiar em dez
anos o que sobrar
Premiada
A contadora Regina Garófalo,
26, entrou, há três anos, em
um consórcio que duraria 15.
Foi contemplada logo no
oitavo mês e vendeu sua cota
para outro integrante do
grupo, que pagou 20% a mais
sobre o valor que ela já havia
desembolsado. Ela juntou a
quantia ao FGTS e deu
entrada em um imóvel em
Santo André
Investidor
O analista de sistemas André
Pontes, 24, entrou em um
consórcio, mas desistiu após
dois meses por achar que não
valeria a pena. Decidiu, há um
ano e meio, comprar mais ou
menos R$ 200 de ações por
mês para acumular capital e
tem a meta de, no futuro,
pagar o aluguel com os
rendimentos
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