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Antecipar restituição em bancos tem prós e contras
Juro cobrado é menor, mas devolução pode demorar se declaração ficar na malha
DA REPORTAGEM LOCAL
Compensa receber a restituição do IR mais cedo, pagando
juro ao banco? Essa é uma pergunta que muitos contribuintes que têm esse direito se fazem após entregar a declaração. A dúvida ocorre porque todos os anos, a partir de março,
diversos bancos oferecem aos
clientes com direito a restituição a possibilidade de antecipar
o recebimento do dinheiro.
Em geral, essas instituições
adiantam entre 60% e 100% do
valor que o contribuinte tem a
receber, com juros entre 2% e
4% ao mês, em média -algumas cobram até menos de 2%.
Como se tratam de taxas bem
mais baixas do que as cobradas
em outras modalidades de crédito -como o cheque especial e
o cartão de crédito-, muitos
contribuintes se sentem tentados a antecipar o recebimento
de um dinheiro que só chegará
no segundo semestre -isso se a
declaração não ficar retida na
malha fina da Receita.
Aos que pretendem antecipar o recebimento, um alerta:
entregar a declaração no prazo
não garante a restituição nos
primeiros lotes, nem mesmo
neste ano. É bom não esquecer
de que a Receita tem cinco anos
(até o final de 2015) para devolver o dinheiro ao contribuinte
que tiver esse direito.
Além disso, é importante
lembrar o que ocorreu no ano
passado. Como a arrecadação
tributária estava em baixa, devido à crise, o governo decidiu
atrasar as restituições para fazer caixa -R$ 3 bilhões que deveriam ser pagos aos contribuintes em 2009 seriam jogados para este ano. O governo só
voltou atrás depois de a Folha
ter revelado a estratégia.
Resultado: nos dois últimos
meses do ano, o governo turbinou as restituições -em novembro foram pagos R$ 2 bilhões para 2,138 milhões de
contribuintes; em dezembro,
R$ 2,5 bilhões para 1,935 milhão de contribuintes.
Assim, só deve antecipar a
restituição em banco o contribuinte que tiver dívidas com
juros bem acima de 4%, como
os do cartão de crédito e do
cheque especial. Nesse caso,
compensa usar o dinheiro para
quitar a dívida com juro maior.
Se for antecipar o dinheiro para outra finalidade, é aconselhável pensar bem, uma vez
que a restituição pode não ser
liberada neste ano -e em geral
os bancos querem que o adiantamento seja quitado até 20 de
dezembro. Se a devolução demorar, o custo final da antecipação poderá acabar ficando
muito maior do que o previsto.
Assim como há contribuintes que antecipam a restituição, há aqueles que não necessitam do dinheiro com urgência. Para esses, deixar a entrega
para os últimos dias de abril
pode até ser vantajoso, porque
a restituição sairá no final do
ano. E, como a correção é pela
Selic, o dinheiro deve render
mais do que algumas aplicações, como a poupança.
(MC)
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