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Frank Sinatra morre aos
82 anos em Los Angeles
BIA ABRAMO
enviada especial a Los Angeles
Frank Sinatra, o maior cantor de
música popular do século, morreu
às 22h50 (2h50 no Brasil) de anteontem na sala de emergência do
Centro Médico Cedars-Sinai, Los
Angeles, Califórnia (EUA).
Segundo sua assessora, Susan
Reynolds, ele conversava com sua
família. Vítima de um ataque cardíaco, tinha 82 anos.
A perda de Sinatra pode ser avaliada por uma homenagem que lhe
seria prestada ontem à noite em
Nova York. O Empire State Building seria iluminado de azul, em
referência a seus "Olhos Azuis",
outro de seus apelidos -o principal era "A Voz".
O comunicado oficial de sua
morte quase menospreza a profissão que garantiu sua posteridade:
"(Sinatra) era um ator premiado e
respeitado, um produtor, um
maestro, um cantor de casas noturnas e grandes palcos, um militante dos direitos civis e um filantropo estimado".
Mas acerta na continuação:
"Era uma personalidade incomparável, cuja influência será sentida pelas futuras gerações".
Na única declaração pública sobre a morte de Frank Sinatra, Susan Reynolds disse que o funeral e
o enterro serão privados, em local
e data ainda não divulgados.
Reynolds falou à imprensa e aos
poucos fãs que se concentravam
diante da mansão de Sinatra, em
Beverly Hills, na Califórnia
(EUA), às 14h40 da tarde de ontem
(18h40 no Brasil).
Barbara Sinatra, a viúva, agradeceu às manifestações de condolências dos amigos e personalidades.
"A familia de Frank Sinatra agradece às manifestações de amor e
afeição de incontáveis fãs de todas
as gerações e de todos os cantos."
Segundo Reynolds, Frank Sinatra fez um último pedido: que doações de fãs sejam feitas para o Centro Pediátrico Barbara Sinatra,
que integra o Centro Médico Eisenhower, em Rancho Mirage.
Durante a tarde de ontem, poucos fãs vieram depositar flores, bilhetes e cartazes no portão da
mansão de Sinatra.
O cantor, que tornou sucessos,
entre outras, as músicas "My
Way", "Strangers in the Night",
"I've Got You Under My Skin",
"Bewitched", "Fly Me to the
Moon", "New York, New York",
não deixa sucessores.
Notabilizou-se por ter sido um
dos primeiros cantores populares
a emprestar dicção irretocável e
suingue às interpretações e nortear a escolha do repertório pelo
bom gosto. Dizia-se influenciado
pelos cantores de jazz Ella Fitzgerald e Billy Eckstine.
"Acho que todo americano terá
de sorrir e dizer que ele fez as coisas à sua maneira", disse ontem o
presidente dos EUA, Bill Clinton.
Frank Sinatra cantou em cerca
de 1.800 gravações, num total de
mais de 200 álbuns, vencendo nove prêmios Grammy.
Em 1967, gravou um disco com
Tom Jobim ("Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim"). Esteve no Brasil em 1980, quando se
apresentou para 140 mil pessoas.
Ator, participou de cerca de 60
filmes, dois dos quais renderam
indicação ao Oscar -levaria a estatueta em 1953, como coadjuvante de "A Um Passo da Eternidade", de Fred Zimmermann.
Filho único, Francis Albert Sinatra nasceu em Hoboken, Nova Jersey (EUA), em 1915, e até sua morte acumulou um patrimônio estimado em US$ 200 milhões.
Casou quatro vezes, com Nancy
(em 1939), as atrizes Ava Gardner
(1951) e Mia Farrow (1966) e Barbara (1976), que o acompanhou
até a morte. Deixa três filhos:
Nancy, 58, Frank Jr., 54, e Tina,
50, e o enteado Robert, 47.
Site: www.sinatrafamily.com
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