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Mexicano subverte o melodrama
da Equipe de Articulistas
"Vermelho Sangue" consolidou
o mexicano Arturo Ripstein, 54,
entre os grandes cineastas em atividade na América Latina.
Valeu ao diretor três prêmios em
Veneza 96 e vitórias nos festivais de
Havana e Biarritz, entre outros.
A anunciada fórmula ripsteiniana
de subversão das regras do melodrama funciona aqui como nunca.
Um melodrama farsesco evolui para um policial macabro.
O ponto de partida é um fato real,
já levado às telas por Leonard Kastle
em "The Honeymoon Killers"
(1970). Uma solitária gorda (Regina
Orozco) e um espertalhão careca
(Daniel Gimenez Cacho) encontram-se por meio de um correio
sentimental de revista.
Ela é uma enfermeira ardente e
"suorenta", que cuida sozinha do
casal de filhos pequenos. Já ele não
passa de um pequeno escroque.
Ela procura um amante; ele, uma
nova vítima. Nasce mais uma história de amor louco.
Coral e Nicolas percorrem o México atrás de mulheres infelizes. A
almodovariana Marisa Paredes torna inesquecível a segunda delas.
Ripstein assume o minimalismo
para narrar essa história de crescente selvageria.
Emprestou o título original
("Profundo Carmesí") de uma
frase de Thomas de Quincey:
"Num ensaio sobre Macbeth, ele
equipara a profundidade da cor à
intensidade dos crimes cometidos.
Os crimes de A empalidecem diante
do carmim profundo dos de B". O
resultado nasce clássico. (AL)
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