São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obras

Volume 1 - 24/fev

DOM CASMURRO
Neste clássico de Machado de Assis (1839-1908), Bentinho é um velho solitário, "calado e metido consigo", que se põe a refazer, pela escrita, a sua própria biografia, desde a infância. A narrativa -com digressões repletas de um humor pessimista, ao estilo machadiano- desemboca numa espécie de peça de acusação jurídica calcada em impressões e tormentos subjetivos do narrador; fica no ar uma das perguntas mais famosas da história da literatura brasileira: Capitu traiu ou não Bentinho com o melhor amigo deste, Escobar?

Volume 2 - 24/fev

MORTE E VIDA SEVERINA
Este "Auto de Natal Pernambucano", de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), depois musicado por Chico Buarque de Holanda, veio a ser considerado um dos maiores libelos artísticos "engajados" na denúncia da miséria e da opressão sertanejas. O poema retrata as peripécias típicas de um pernambucano que foge da seca em busca do Recife -e que acaba morando numa favela ribeirinha.

Volume 3 - 2/mar

TOCAIA GRANDE - A FACE OBSCURA
Jorge Amado (1912-2001) conta a saga do jagunço Natário da Fonseca, caboclo que atua a serviço do coronel Boaventura em conflitos de poder e pela posse de terras no sertão. Natário, em retribuição por isso, é alçado a capitão e passa a administrar as terras de Tocaia Grande. O romance então focaliza a expansão do povoado, seu cotidiano, feito em especial de classes sociais subalternas -tropeiros, jagunços e prostitutas-, e seus conflitos.

Volume 4 - 9/mar

SENTIMENTO DO MUNDO
Sem abandonar seu lirismo anterior, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) opera, nesta coletânea publicada em meio à Segunda Guerra Mundial, uma guinada rumo à história e à política: seus versos refletem uma tomada de consciência quanto às dores objetivas de um mundo cindido pela violência, pelo ódio, pelas ditaduras (como a de Getulio Vargas) e pela injustiça social.

Volume 5 - 16/mar

UM CERTO CAPITÃO RODRIGO
Esta novela de Erico Veríssimo (1905-1975) é uma das partes de "O Tempo e o Vento", amplo panorama da história do Rio Grande do Sul, desde as suas origens. Em foco está a chegada do Capitão Rodrigo à região de Santa Fé, e a vida dissoluta que, a despeito do casamento e filhos com Bibiana Terra, ele passa a levar lá, aliada à sua bravura heróica e conspirações contra dom Pedro 1º.

Volume 6 - 23/mar

MEMORIAL DE MARIA MOURA
Este romance de Rachel de Queiroz (1910-2003) se passa no século 19, no sertão nordestino. A história descreve as peripécias de uma mulher que, por força das circunstâncias, passa por uma transformação radical, de órfã desamparada a corajosa líder de um bando de aventureiros, que se entrega a uma vida desregrada e a roubos.

Volume 7 - 30/mar

LIBERTINAGEM e ESTRELA DA MANHÃ
Dois dos mais importantes livros de Manuel Bandeira (1886-1968), trazendo marcas típicas de sua poesia: lirismo, melancolia, solidão, amor, angústia e desejo de evasão, como no célebre "Vou-me embora pra Pasárgada" ou em "Estrela da Manhã". "Poética" também se destaca pelo modernismo militante, em explícita ruptura com as formas tradicionais da poesia.

Volume 8 - 6/abr

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
Policarpo Quaresma é um funcionário público tomado por um fervoroso patriotismo. Suas peripécias, projetos de reforma nacional e desilusões dão ensejo a um retrato preciso e a uma sátira contundente de Lima Barreto (1881-1922) aos meandros da vida carioca, ao Estado brasileiro e às idealizações ufanistas legadas pelo romantismo.

Volume 9 - 13/abr

PARA VIVER UM GRANDE AMOR - CRÔNICAS E POEMAS
Uma coletânea de crônicas e poesias em que Vinicius de Moraes (1913-1980) exercita não só a sua excelência como um dos grandes intérpretes do amor, mas também o talento de entretecer, no dizer de Otto Lara Resende, exercícios de "uma conversa íntima e livre que, partindo do seu interesse pessoal, vai de fato interessar a todos os seus leitores"

Volume 10 - 20/abr

O REI DA VELA
Mais importante peça de Oswald de Andrade (1890-1954), representou também um dos marcos do moderno teatro brasileiro, sobretudo com a consagradora montagem, três décadas depois da publicação, pela trupe de José Celso Martinez Corrêa. Um denso e corrosivo retrato da ascensão da classe burguesa nacional contra o latifúndio tradicional, num ambiente de corrupção e subserviência aos interesses estrangeiros.

Volume 11 - 27/abr

PRIMEIRAS ESTÓRIAS
Uma coletânea de pequenos contos que -transitando entre as dimensões psicológica, fantástica, satírica, entre outras- pode ser considerada uma das mais saborosas introduções ao rico universo temático e lingüístico da obra de João Guimarães Rosa (1908-1967). Contém obras-primas como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio".

Volume 12 - 4/mai

ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
Antes criticada por um alheamento em relação às realidades sociais e nacionais, Cecília Meireles (1901-1964) mergulha no episódio da Inconfidência Mineira e da tragédia de Tiradentes, no contexto do ciclo do ouro do século 18; a história aqui lhe serve de matéria-prima para uma exaltação da liberdade e do poder transformador da palavra.

Volume 13 - 11/mai

AGOSTO
Ficção e história se entrecruzam nesta obra-prima de Rubem Fonseca (1925). O romance se passa no fatídico mês de agosto de 1954, tendo por núcleo a investigação, pelo delegado Alberto Mattos, da morte de um empresário, sob o pano de fundo da tentativa, urdida por Gregório Fortunato -chefe da guarda pessoal do presidente Getulio Vargas-, de Carlos Lacerda, gerando uma crise política que culminaria no suicídio de Vargas.

Volume 14 - 18/mai

VESTIDO DE NOIVA
Peça que, com a já lendária montagem de Ziembinski (em 1943), representou uma revolução para o teatro brasileiro e seu ingresso na modernidade. Realidade, alucinação e memória são os três planos paralelos e simultâneos utilizados por Nelson Rodrigues (1912-1980), tendo por fato desencadeador o atropelamento de Alaíde e a sua luta contra a morte na mesa de cirurgia.

Volume 15 - 25/mai

REFLEXOS DO BAILE
Híbrido de diário e romance epistolar, este livro de Antonio Callado (1917-1997) relata, a partir de múltiplos pontos de vista, o plano de um grupo de terroristas para seqüestrar, durante um baile, a rainha da Inglaterra, em visita ao Brasil; ficção e história se mesclam numa das mais importantes recriações literárias dos "anos de chumbo" do Brasil pós-golpe de 64.

Volume 16 - 1º/jun

INFÂNCIA
Relato autobiográfico de Graciliano Ramos (1892-1953), que, conjugando as dimensões pessoal e social, revela algumas das bases essenciais da obra e da visão de mundo trágica do escritor alagoano -que aqui se desnuda como a criança oprimida que foi por um ambiente familiar autoritário. O contraponto pela arte também desponta na narrativa de como nasceu o encanto do autor pelo mundo da palavra e da literatura.
Volume 17 - 8/jun

MACUNAÍMA
Obra-prima de Mário de Andrade (1893-1945) e do modernismo brasileiro, esta rapsódia sobre o "herói de nossa gente" traça, a partir das peripécias de um personagem de lendas indígenas locais, uma síntese da alma brasileira, dos contrastes entre o arcaico e o moderno, numa "versão carnavalizada da demanda do Santo Graal", segundo a definição célebre de Gilda de Mello e Souza.

Volume 18 - 15/jun

AUTO DA COMPADECIDA
Retomando, numa síntese original, o gênero dos autos medievais e numerosos elementos da cultura popular, da literatura de cordel e das tradições religiosas, Ariano Suassuna (1927) narra as divertidas aventuras e trapaças com que a dupla João Grilo e Chicó, no sertão nordestino, vai batalhando pelo pão de cada dia, até o momento do julgamento divino.

Volume 19 - 22/jun

A VACA E O HIPOGRIFO
Seleção de textos publicados pelo escritor gaúcho Mario Quintana (1906-1994) na imprensa, que vão da crônica ao aforismo, de pensamentos e pequenas anotações a notas memorialísticas, além de epigramas e poemas, a maioria em prosa, tratando de assuntos os mais diversos.

Volume 20 - 29/jun

POEMA SUJO
Escrito e publicado durante o exílio do escritor maranhense Ferreira Gullar (1930) em Buenos Aires, este livro é considerado sua obra-prima. Seus versos dão intenso testemunho das angústias e opressões vividas pelo poeta naqueles tempos ditatoriais; fazem a evocação, num "vômito" verbal -método da escrita automática-, das memórias de sua infância em São Luís.


Texto Anterior: Conheça as obras da "Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros"
Próximo Texto: Por que ler os clássicos brasileiros
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.