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Curso é pouco usado para buscar um novo emprego
Só 3% fazem curso pela empregabilidade; especialistas apontam como o MBA pode ser usado a favor do candidato
MAÍRA SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
É difícil encontrar quem
decida fazer um MBA para
melhorar seu cacife quanto à
empregabilidade -3% dos
entrevistados pelo Datafolha
tinham esse objetivo.
O efeito do curso para
quem busca novo emprego é
secundário. Só 20% mudaram de empresa após a especialização. Entre eles, 53% o
fizeram por terem recebido
uma proposta de trabalho.
Especialistas consultados
pela Folha, porém, acreditam que ter a especialização
no currículo é uma boa estratégia, que pode dar efeitos já
no processo de seleção.
"O MBA não consegue emprego, mas abre boas oportunidades", opina Marisabel
Ribeiro, diretora de desenvolvimento da consultoria
Right Management.
Ela afirma que selecionadores podem considerar a experiência do candidato útil
em postos de gestão ou de direção. "Indica que seu passado vai subsidiar futuros resultados na empresa."
"Demonstra preocupação
com seu desenvolvimento",
acrescenta André Luiz Fischer, coordenador do MBA
do Progep-FIA (Programa de
Estudos em Gestão de Pessoas da Fundação Instituto
de Administração).
Quanto melhor for o nível
da instituição de ensino,
mais fácil será concorrer a
um bom emprego, avalia Fischer. "Escolas tradicionais
têm professores que podem
servir como investimento em
contatos", completa.
PROPAGANDA
Para que o curso tenha
efeito na recolocação profissional, é preciso fazer um
pouco de propaganda.
"Faz parte do currículo e
tem de ser comentado, colocado como assunto para valorizar o esforço. Não pode
ser ostensivo para não ficar
deselegante", avalia Marcus
Soares, professor de gestão
de pessoas do Insper.
Para quem está empregado, escolher um MBA de
acordo com o planejamento
de carreira deve ser comunicado a chefes e pessoas importantes da empresa, segundo Soares.
Um curso de alto nível deve proporcionar ao aluno visão estratégica de sua vida
pessoal e profissional, o que
ajuda na busca por um emprego, completa Juliana Nunes, diretora da empresa de
recrutamento Asap.
"O profissional precisa ter
sua inteligência emocional
avaliada em como lidar com
complexidades e pressões do
mundo corporativo. Esse diferencial pode ser treinado
em um MBA e faz diferença
na seleção", afirma.
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