São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Curso é pouco usado para buscar um novo emprego

Só 3% fazem curso pela empregabilidade; especialistas apontam como o MBA pode ser usado a favor do candidato

MAÍRA SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

É difícil encontrar quem decida fazer um MBA para melhorar seu cacife quanto à empregabilidade -3% dos entrevistados pelo Datafolha tinham esse objetivo.
O efeito do curso para quem busca novo emprego é secundário. Só 20% mudaram de empresa após a especialização. Entre eles, 53% o fizeram por terem recebido uma proposta de trabalho.
Especialistas consultados pela Folha, porém, acreditam que ter a especialização no currículo é uma boa estratégia, que pode dar efeitos já no processo de seleção.
"O MBA não consegue emprego, mas abre boas oportunidades", opina Marisabel Ribeiro, diretora de desenvolvimento da consultoria Right Management.
Ela afirma que selecionadores podem considerar a experiência do candidato útil em postos de gestão ou de direção. "Indica que seu passado vai subsidiar futuros resultados na empresa."
"Demonstra preocupação com seu desenvolvimento", acrescenta André Luiz Fischer, coordenador do MBA do Progep-FIA (Programa de Estudos em Gestão de Pessoas da Fundação Instituto de Administração).
Quanto melhor for o nível da instituição de ensino, mais fácil será concorrer a um bom emprego, avalia Fischer. "Escolas tradicionais têm professores que podem servir como investimento em contatos", completa.

PROPAGANDA
Para que o curso tenha efeito na recolocação profissional, é preciso fazer um pouco de propaganda.
"Faz parte do currículo e tem de ser comentado, colocado como assunto para valorizar o esforço. Não pode ser ostensivo para não ficar deselegante", avalia Marcus Soares, professor de gestão de pessoas do Insper.
Para quem está empregado, escolher um MBA de acordo com o planejamento de carreira deve ser comunicado a chefes e pessoas importantes da empresa, segundo Soares.
Um curso de alto nível deve proporcionar ao aluno visão estratégica de sua vida pessoal e profissional, o que ajuda na busca por um emprego, completa Juliana Nunes, diretora da empresa de recrutamento Asap.
"O profissional precisa ter sua inteligência emocional avaliada em como lidar com complexidades e pressões do mundo corporativo. Esse diferencial pode ser treinado em um MBA e faz diferença na seleção", afirma.


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