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ANTES
Compra da casa própria consome 8,5 meses
RENATO ESSENFELDER
EDITOR-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Para a maioria das pessoas, o
primeiro contato com seu futuro
imóvel é casual. Acontece na rua:
ao receber um panfleto no sinal
fechado, ver um outdoor ou passar por um estande de vendas.
Após esse primeiro encontro
acidental, o namoro tem início:
o comprador começa a sonhar
com sua nova casa, estuda vantagens e desvantagens do negócio,
junta recursos, analisa contratos,
conversa com corretores e advogados. Passam-se, em média,
mais 8,5 meses até que a compra
seja, finalmente, consumada.
Como qualquer relação, essa
também é permeada por sonhos,
expectativas, turbulências e frustrações, conforme revela pesquisa
Datafolha que ouviu 1.204 proprietários e moradores de apartamentos lançados a partir de 1997
na cidade de São Paulo.
A esmagadora maioria dos entrevistados precisou de boa dose
de imaginação para escolher seu
imóvel. Isso porque 75% deles fecharam negócio ainda na planta,
sem ver a obra concluída. A motivação para tanto foi principalmente preço menor (50%), facilidade de dar entrada (19%), condições favoráveis de pagamento
(16%) e prestações acessíveis
(16%), entre outras razões.
Os critérios que mais valem
pontos na eleição do melhor imóvel são difíceis de verificar já na
planta. Apartamentos escuros,
por exemplo, têm péssima acolhida. A nota média de importância
para o quesito "luminosidade,
ventilação e temperatura" foi a
mais alta apurada pela pesquisa:
8,81 (de dez pontos possíveis).
Na seqüência, revelou o estudo,
o comprador exige qualidade em
relação a área interna (nota de importância igual a 8,73), distribuição e tamanho dos cômodos
(8,68), instalações de gás (8,28) e
instalações elétricas (8,03).
Logo abaixo vêm instalações hidráulicas (7,93), qualidade e colocação de portas e janelas (7,7),
qualidade e colocação de louças e
metais sanitários (7,66), instalações telefônicas e de interfone
(7,56), qualidade e colocação de
pisos e azulejos (7,37), isolamento
de ruído (7,23), pintura e forro
(7,12) e espessura das paredes (7).
Apesar da alta relevância para o
cliente, itens como qualidade das
portas, batentes e guarnições tiveram avaliação ruim (nota de 6,2)
após a entrega do imóvel.
Fundamental
Para auxiliar o cliente a identificar esses atributos ainda na planta, as imobiliárias apostam em
inovações tecnológicas. "Fornecemos material ilustrado, projeções no computador e apartamento decorado no local da
obra", diz Fábio Rossi Filho, diretor de marketing da Itaplan.
Rogério Santos, diretor de planejamento e marketing da Abyara, dá uma dica matemática: "Observe a largura da sala, na área onde vão as janelas. Isso influi muito
na luminosidade", ensina.
Rossi Filho lembra, porém, que
pelo menos mais um aspecto deveria ter sido citado como fundamental na avaliação do consumidor. "A vista que se tem da janela
é hoje muito importante", diz.
De fora
A área externa do edifício, por
sua vez, não é negligenciada. Nesse aspecto, os compradores se interessam mais por localização do
imóvel (9,23), garagem (8,43), fachada (8,38), segurança contra
roubo (8,36), área externa do edifício (8,33), áreas de lazer (8,26),
elevadores (8,25), equipamentos
de segurança (8,03), iluminação
nas escadas, hall e áreas de lazer
(7,78) e, em último lugar, adequação para deficientes físicos (5,83).
A lista de exigências é grande,
mas o esforço para encontrar um
apartamento que preencha as demandas é bem menor. Em 35%
dos casos, no máximo três imóveis foram visitados pelo comprador; 27% visitaram de quatro a
seis; 19%, de sete a dez; e outros
19% foram a 11 ou mais.
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