São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Viagem de 52 dias do kasato maru foi registrada em diário

ENVIADO ESPECIAL A BASTOS

Uma caderneta de 12 cm de altura por 6 cm de largura guarda os segredos dos 52 dias de viagem da primeira caravana oficial de japoneses que chegou ao porto de Santos há cem anos, em 18 de junho de 1908.
Esquecido por 90 anos no baú da viúva de Ryu Mizuno, o diário de bordo do Kasato Maru revela o dia-a-dia no mar, numa jornada que teve de tentativa de homicídio a invasão dos aposentos das mulheres.
Escrito em kanji, os ideogramas, e em hiragana e katakana, os silabários, o livro é de difícil leitura. Professor da USP, Masato Ninomiya, tradutor do imperador japonês para o Brasil, fez o trabalho de interpretação do diário para a Folha.
Hoje, a caderneta está no acervo do Museu Histórico Regional Saburo Yamanaka, em Bastos (536 km de São Paulo), mas não está exposto por questões de conservação.
Dos 781 passageiros que embarcaram no Kasato Maru, 532 eram alfabetizados. Traziam na bagagem frascos de conserva e travesseiros de bambu.
Todos já morreram. A última representante do grupo, Tomi Nakagawa, morreu em 2006, a 4 dias de completar cem anos.
O Kasato Maru era um navio de guerra russo, utilizado em batalhas contra o Japão. Vencedores, os japoneses transformaram o navio para o transporte de passageiros.
Na volta do Brasil foi reformado para navio de carga. Voltou às operações de combate na Segunda Guerra. Foi afundado em 9 de agosto de 1945, depois de ser bombardeado no mar de Bering. (VQG)


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