São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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155 anos

Arquivo da orquestra abrirá partituras

Entidade tem material sobre a história da música local e acervo com peças emprestadas a outras orquestras

Entre os documentos estão manuscritos com notas arcaicas da ópera "Íris", do compositor Pietro Mascagni

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


Documentos de um material rico, inexplorado e "esquecido" em caixas de papelão em salas úmidas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto farão parte de um projeto de digitalização do acervo do arquivo histórico da entidade. O objetivo: torná-los acessíveis para pesquisas na internet e, ao mesmo tempo, protegê-los.
"Isso irá fazer com que os documentos tenham maior durabilidade, além de nos trazer mais segurança", afirma Dulce Neves, vice-presidente da orquestra.
A organização começou há cinco anos, quando a responsável pelo arquivo, a historiadora Gisele Laura Haddad, decidiu retirar o material das caixas para a sua pesquisa de dissertação de mestrado na Unesp (Universidade Estadual Paulista).
"Encontrei documentos ricos, como as composições para piano do alemão Marx Bartsch, primeiro presidente da orquestra", afirma.
Papéis que estavam úmidos acabaram se tornando inviáveis para a leitura.
Numa época em que programas de computador são tidos como indispensáveis, manuscritos com notas arcaicas da ópera "Íris", do compositor Pietro Mascagni, fazem brilhar os olhos dos amantes da música.
Além de partituras, que passam por um processo de higienização, a digitalização abrangerá fotos e vídeos de apresentações da orquestra.
"Esse processo irá facilitar até para as orquestras de outras cidades, que constantemente nos procuram para pedir emprestadas algumas partituras", diz Gisele.
Para o trombonista José Maria Lopes, um dos músicos mais antigos -tem 30 anos de orquestra-, a digitalização do arquivo é importante também para os profissionais da orquestra.
Parte do material foi doada pela população, como pastas com matérias jornalísticas sobre a orquestra publicadas entre 1938 e 1941.
A compilação, feita por Myriam de Souza Strambi na década de 1980, possui recortes que ajudam a contar a história do Theatro Pedro 2º, que teve seu centro de documentação histórica perdido em um incêndio -entre eles, o programa do primeiro concerto da orquestra no teatro, em setembro de 1938.
A digitalização do acervo faz parte de uma série de ações para tentar alavancar a orquestra. Dulce disse, no entanto, que a entidade não possui sustentabilidade.
"Não conseguimos passar o mês com folga, mas é um trabalho a ser realizado até o final do ano." Para o futuro, a entidade tem a intenção de encontrar um novo espaço, já que a sede atual é considerada pequena. (GABRIELA YAMADA)


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