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Produção musical une tecnologia e composição
Saber ler fichas técnicas e tocar algum instrumento ajudam na formação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A figura dos produtores
musicais ganha força a cada
dia no mercado fonográfico.
São eles os responsáveis por
alinhar o potencial dos artistas ao que o mercado quer.
De acordo com Marli Batista Ávila, coordenadora do
curso de produção musical
da Anhembi Morumbi, existem dois perfis de ingressantes: jovens sem experiência e
profissionais da área com
sua própria gravadora.
"Essas classes heterogêneas ganham em todos os
sentidos, pois se complementam. As oportunidades
são criadas pelos profissionais, que absorvem os novos
talentos", afirma.
Na cidade de Tatuí (147 km
de SP), onde já existe o Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, estrategicamente foi montado
o curso de produção fonográfica da Fatec (Faculdade de
Tecnologia de São Paulo).
Segundo o coordenador
Luiz Antonio Galego Fernandes, o curso oferece tecnologia em apoio à música.
De acordo com os estudantes Ademilson Neris, 20, e
Erika Otto, 21, há três vertentes que são ensinadas na faculdade: tecnologia, teoria
musical e composição.
"Saber tocar algum instrumento ajuda bastante na tarefa de produzir", diz Neris.
Rick Bonadio, 41, diretor
do selo Midas Music, distribuído pela Universal Music,
é taxativo: "Trabalho com
bandas que têm potencial
para fazer sucesso". Mas
montar um estúdio e começar gravando tudo o que aparece é bom para aprender o
"dó-ré-mi" da profissão.
Bonadio conta que passou
madrugadas numa pequena
casa gravando desde axé-gospel até bandas de rock pesado. "Tem que gostar muito
de música, ler fichas técnicas
e manuais, saber tocar algum
instrumento e ouvir de tudo", diz o produtor.
Segundo ele, é preciso
muito tempo em estúdio para
adquirir todos os conhecimentos técnicos, que darão
as credenciais para produzir
as grandes bandas.
Além de trabalhar no estúdio com o artista, fazendo a
produção de um disco ou a
mixagem de uma música, o
profissional também poderá
atuar como diretor artístico
-no intermédio entre a gravadora e o artista- e empresário -administrando a carreira da banda.
O campo de trabalho também ganha uma nova área a
partir de 2011: as escolas. A
lei federal nº 11.769 prevê a
obrigatoriedade do ensino de
música em todas as instituições públicas ou privadas.
(THIAGO AZANHA)
FOLHA.com
Ouça entrevista com o
produtor musical Rick
Bonadio
folha.com.br/mm797966
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