São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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A mais ampla e completa pesquisa realizada sobre o tema no país, feita pelo Datafolha, mostra novas formas de organização, hábitos e valores
FAMÍLIA
Denise Adams/Folha Imagem



A família brasileira da virada do milênio está cada vez mais distante do modelo clássico pai todo-poderoso, mãe dona-de-casa e muitos filhos


Organizações consideradas até pouco tempo "incomuns" envolvem hoje milhões de brasileiros. São 3,2 milhões de mães solteiras: 1,7 milhão cria seus filhos sozinhas e 1,5 milhão, na casa dos pais. Separados ou viúvos com filhos são 6,1 milhões; 2,1 milhões de solteiros com mais de 40 anos ainda moram com os pais.
O casamento é cada vez menos o elo fundamental da família. Em uma escala de importância, os brasileiros colocam a família em primeiro lugar (61%) e o casamento, em sexto, com 31%.
Nesse cenário, a mãe emerge como a figura mais importante da casa. Além de cumprir as tarefas de antigamente, tornou-se uma das principais fontes de renda e ganhou autoridade. É um faz-tudo doméstico: educação, disciplina e afeto são quase monopólios feminino. De dona-de-casa, passou a dona da casa.
Mas os preconceitos contra ela permanecem. Entre os homens, 79% acham que a mulher deve ficar em casa se o martido puder sustentar sozinho a família. A traição da mulher é considerada "muito grave" por 75%; já a do marido é reprovada por 55%.
A pesquisa traz também o dia-a-dia dentro de casa: ao contrário do que se pode imaginar, bater nos filhos não é uma prática em desuso; dinheiro é a principal causa das brigas; o almoço de fim-de-semana é o grande momento de reunião da família e, na maior parte das refeições, a TV fica ligada.



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