MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O isolamento, a miséria e a falta de emprego são os principais fatores apontados por autoridades de Itamarati (880 km de Manaus) para justificar o título de cidade campeã em analfabetismo -59,1% de quem tem mais de dez anos encontra-se nessa situação. O município, que conta com 8.406 habitantes, figura como a quarta cidade mais carente do Brasil, segundo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) divulgado neste ano pela ONU. O orçamento de Itamarati previsto para 2002 é de R$ 3,49 milhões.
Mesmo com a implantação de programas federais, como o Alfabetização Solidária, há cerca de dois anos, o quadro de analfabetismo continua crítico.
Na tentativa de reduzir o índice de analfabetismo na zona rural, a prefeitura firmou uma parceria com o governo federal para a implantação do programa Pró-rural, com objetivo de formar 61 professores no ensino médio.
Itamarati tem 40 escolas no ensino fundamental instaladas em vilarejos na zona rural e duas estaduais implantadas na cidade e que vão até o ensino médio, além de uma creche e uma pré-escola.
"Só consegui aprender a ler e escrever porque fui estudar em um seminário em outra cidade quando tinha 16 anos", disse Valter Pereira, 55, servidor público.


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