São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2001 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CHEFES DE DOMICÍLIOS Crescimento é de 37,5% em relação a 1991, quando apenas 18,1% das casas no país não eram chefiadas por homens
Mulher é a responsável por uma em cada quatro moradias
DA SUCURSAL DO RIO
A mulher passou a ter mais crianças sob sua responsabilidade: em comparação com 1991, subiu 35% a proporção de crianças de zero a seis anos que vivem em famílias chefiadas por mulheres. O percentual de crianças nessa situação, que era de 10,5% em 1991, passou para 14,2% em 2000. "A criança tem uma demanda de nutrição e recursos que, às vezes, a mulher não pode atender sozinha. Essa criança está mais sujeita a não frequentar a escola porque trabalha para ajudar a mãe, e, quando jovem, a se deparar com a violência urbana", afirma Ana Lúcia. Em Sucupira (TO), 42,1% das crianças de zero a seis anos vivem em domicílios chefiados por mulheres -é o maior percentual verificado nos 5.507 municípios brasileiros. Teodoro Sampaio (BA), Chapada de Areia (TO) e Salinas da Margarida (BA) também têm índices altos: 41,4%, 39% e 38,3%, respectivamente. Também chama a atenção o número de famílias chefiadas por mulheres com mais de 60 anos -3,4 milhões, ou 30,63% do total. Na mesma Salinas da Margarida (BA), o índice chega a 53,3%, e em Raposos (MG), a 55,3%. Entre as unidades da federação, o Distrito Federal tem o maior percentual de famílias em que a responsável é a mulher: 32,8%. No Rio, o percentual é de 31,2%, e, em São Paulo, de 24,1%. Para Guacira Oliveira, diretora da ONG Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), os dados do Censo revelam ao mesmo tempo uma preocupação e uma vitória. "A preocupação é com a condição dessa mulher. Se ela ganha menos, certamente tem menos condições de sustentar essas crianças. Ela precisa de políticas afirmativas, acesso ao mercado e ao crédito", afirma. A vitória é a própria condição feminina como responsável por mais domicílios: "Ser independente e cuidar da família passa a ser uma opção possível. Essa é uma situação que precisa ser valorizada, pois resulta da luta das mulheres no Brasil". (FE) Texto Anterior: Cidade de SC tem o melhor índice Próximo Texto: Loirão faz "rolo" e guia moto Índice |
|