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Editoria de Arte/Folha Imagem
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Loirão faz "rolo" e guia moto
MARIVALDO CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A comerciante Risoleta Vasconcelos de Almeida, o Loirão, 42,
moradora da Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo), mudou de
vida aos 22, quando ficou viúva.
Sem herança e com duas filhas
para criar, ela começou a comprar
e vender móveis usados. Hoje, fatura cerca de R$ 4.000 por mês e
ainda encontra tempo para cultivar seu hobby: motocicleta.
Com a morte do marido, foi
morar de favor e continuou estudando. Hoje tem loja de móveis
usados e um caminhão-baú, com
o qual faz mudanças.
"No mês passado, levei uma
mudança para Minas Gerais. Não
é fácil, não. Tem que correr", afirma Loirão, como é conhecida por
seus colegas motociclistas.
A filha mais velha, Roberta, 26,
que mora com ela, cursa administração de empresas em uma faculdade privada, e a outra, Ingrid, 25,
casou-se há dois anos. "Posso dizer que minhas filhas estão criadas", afirma a comerciante.
Depois de morar de favor durante dois anos, Loirão conseguiu
alugar uma casa de um cômodo
na Freguesia do Ó e sustentava as
duas filhas "fazendo rolo".
"Eu comprava bicicleta, TV, rádio, moto, carro, tudo velho. Subi
na minha vida assim, fazendo rolo. Uma vez comprei um fogão no
ferro-velho, dei uma limpada nele
e vendi por um valor bem superior àquele pelo qual eu havia adquirido", conta.
Hoje ela mora em um casa de
sete cômodos, com garagem, tem
três motos, uma Halley Davidson,
uma Cruiser Hisong e uma XL
250, além do caminhão 1113 baú.
"Ralei muito na minha vida para chegar aonde estou", afirma.
Ela terminou o ensino médio há
três anos, por meio do supletivo.
"A minha vida no dia-a-dia não
é fácil. Meu caminhão e minha loja são meu ganha-pão. Mas não
piloto apenas moto, adoro pilotar
meu fogão", diz Risoleta.
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