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EUA cobram cooperação do Líbano
RAMÓN LOBO
DO "EL PAÍS", EM BEIRUTE
O governo libanês de Rafik Hariri tem um problema: a lista de
supostos terroristas a serem detidos apresentada pelos Estados
Unidos ao país inclui Mohamed
Husein Fadlalla, o guia espiritual
da corrente xiita do islamismo libanês; Hasan Nasrala, secretário-geral do grupo extremista islâmico Hizbollah; Sobhi Toufeli, ex-alto dirigente da organização e
Imad Mughniyeh, ex-chefe de segurança e atual chefe de operações do grupo no exterior.
Washington acusa Mughniyeh
da destruição de sua embaixada
em Beirute em 1983. Reportagem
publicada anteontem na revista
britânica "Jane's" afirma que o
serviço secreto israelense suspeita
que ele seja um dos responsáveis
-juntamente com o egípcio Ayman al Zawahiri, militante veterano da Al Qaeda, o grupo do líder
terrorista Osama bin Laden- pelos atentados do dia 11 nos EUA.
O embaixador norte-americano
no Líbano, Vicent Battle -que
assumiu o cargo há apenas uma
semana-, acusou o Líbano de
dar cobertura a terroristas.
Questionado sobre qual seria a
atitude do Hizbollah se algum de
seus membros fosse preso ou extraditado, o porta-voz do grupo
respondeu: "Isso não vai acontecer nunca, porque é impossível".
O Hizbollah é um verdadeiro
Estado dentro do Estado libanês
e, além de dispor de hospitais e escolas próprios, desde 2000, possui
representação no Parlamento.
O Líbano ocupou até 1997 um
lugar de destaque na lista americana de países acusados de patrocinar o terrorismo internacional.
Agora, corre o risco de retornar a
ela, junto com a Síria.
Arábia Saudita
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe
Saud al Faisal, encontrou-se na
manhã de ontem com o presidente dos EUA, George W. Bush, e
disse que seu país faria "tudo" para combater o terrorismo.
Mas o FBI (polícia federal dos
EUA) suspeita que a Arábia Saudita esteja omitindo informações
sobre as redes terroristas ligadas a
Bin Laden. Segundo Clovis Maksud, ex-embaixador da Liga Árabe nos EUA e na ONU, os sauditas
"querem ser aliados de Washington porque têm interesses econômicos, mas não querem que o
mundo árabe e o mundo muçulmano os identifique como próximos aos EUA".
Irã
O porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores do Irã, Hamid Reza Asefi, declarou ontem
que seu país "jamais permitirá
que aviões militares norte-americanos usem o espaço aéreo iraniano para atacar o Afeganistão". Ele
também disse que o Irã não deixará, "sob nenhuma circunstância",
que Bin Laden entre no país.
O presidente iraniano, Mohammad Khatami, falou ao telefone
ontem com o primeiro-ministro
britânico, Tony Blair, e pediu moderação aos EUA para evitar uma
"catástrofe" no Afeganistão.
"A ONU deve estar no centro de
um plano estratégico para combater o terrorismo, e a polarização
deve ser evitada", disse Khatami,
segundo a TV iraniana.
Com agências internacionais
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