São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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Getulismo em baixa no governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT só nasceu porque o getulismo deu condições para que existisse um sindicalismo forte na região do ABC, em São Paulo, mas o legado deixado por Getúlio está completamente em baixa na cúpula petista em Brasília.
O presidente Lula preferiu não se pronunciar a respeito quando consultado pela Folha. O ministro Luiz Gushiken, da poderosa Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), recusou-se a falar até da obrigatoriedade do programa "A Voz do Brasil". Segundo sua assessoria, esse assunto é tema para o Congresso debater. E sobre outros aspectos do getulismo? A Secom recomendou que a Folha procurasse o presidente do BNDES, Carlos Lessa.
O ministro da Casa Civil, José Dirceu, também prefere não se pronunciar publicamente sobre o que acha do legado getulista. Em reserva, fala sempre sobre a necessidade de uma reforma trabalhista profunda.
Ricardo Berzoini, ministro do Trabalho, falou à Folha sobre a única proposta que já é pública no governo Lula: a reforma sindical, que deve ser enviada para o Congresso ainda neste ano -propondo o fim da unicidade sindical (só um sindicato por categoria) e do imposto sindical e a redução do poder normatizador da Justiça do Trabalho.
"O PT rompeu com o getulismo há muito tempo. Desde quando surgiram setores dinâmicos no sindicalismo -metalúrgicos, bancários e químicos-, no início da década de 80, que desafiaram o poder dos governos da época", explica Berzoini. (FR)


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