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Pesquisa sofre crítica de médico
da Equipe de Trainees
Existem especialistas que questionam os estudos que responsabilizam o estresse contínuo por lesões cerebrais.
"O cortisol liberado diante de
uma situação de estresse é, na verdade, um mecanismo de defesa",
diz o professor titular e chefe do
Departamento de Psiquiatria da
USP, Wagner Farid Gattaz.
O psiquiatra afirma que, se a
substância causasse lesões, a humanidade teria inúmeros casos de
disfunções cerebrais ao longo de
sua história.
"A única coisa realmente comprovada sobre os efeitos do cortisol no cérebro é que, quando seu
nível aumenta muito, o indíviduo
pode enfrentar uma mudança de
ânimo, ficando depressivo."
O estresse não é o único fator
responsável pelo aumento do cortisol. Indivíduos que ficam muito
tempo sem comer ou sem dormir
também experimentam um crescimento no nível desse hormônio.
A mídia e a sociedade supervalorizam o estresse atualmente, diz
Gattaz. Para o especialista, o estresse "faz parte da existência humana, sempre existiu e sempre vai
existir".
"O estresse não é a doença do
século 21, como ficou conhecido", diz. "Há cem anos o homem
era mais estressado do que hoje".
Gattaz explica sua tese: o estresse
de uma pessoa é muito mais intenso quando ela se vê numa situação
em que sua existência está ameaçada, como era mais comum no
século passado.
"Contrair uma doença incurável é uma das situações mais estressantes que existem, e o número de doenças incuráveis era muito maior quando a medicina não
era tão avançada."
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