São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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Campus da zona leste abre sem recursos garantidos

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo campus da USP, que deve ser aberto até o final do ano na zona leste de São Paulo, dependerá do cumprimento de uma promessa de repasse de recursos do governo estadual. Os novos cursos representam um custo que a USP não pode assumir totalmente em seu orçamento atual, segundo o reitor Adolpho José Melfi.
Melfi diz que o governador Geraldo Alckmin descartou a possibilidade de aumentar o percentual do ICMS que a USP recebe para sua manutenção, mas tem repassado à universidade recursos adicionais, aprovados pela Assembléia Legislativa, por meio de um programa de expansão.
Segundo o reitor, Alckmin assumiu um compromisso de que, nos próximos dez anos, a USP receberá verbas suplementares para manter o novo campus. Melfi não faz idéia do valor necessário, porque ainda não foram definidos os cursos que serão dados no local.
E como ficará esse compromisso na próxima mudança de governo, em 2006? "A gente tem que acreditar [que ele será mantido pelo próximo governador]. E depois temos que acreditar na retomada do crescimento, que terá reflexos no ICMS", diz Melfi.
Segundo Lourival Carmo Monaco, secretário-executivo de Ciência e Tecnologia, o repasse é uma "decisão de governo", que deve ser mantida nas próximas gestões. "Os últimos governos têm respeitado a universidade mais do que qualquer coisa."
Para ele, o ajuste orçamentário da USP deve ocorrer tanto em razão de um aumento previsto do ICMS quanto dos mecanismos que a própria universidade tem para aumentar sua receita.
Em 2003, a USP recebeu R$ 27,4 milhões extras para investir em expansão, sendo R$ 5 milhões para a zona leste. Neste ano, o governo liberou R$ 48,3 milhões exclusivamente para o novo campus.
A unidade terá um conjunto de edifícios integrados, auditório e instalações de apoio, numa área do Parque Ecológico do Tietê, que pertence ao Estado. De início, haverá 1.500 vagas, mas o campus tem capacidade para atender 20 mil alunos. A região tem 4 milhões de habitantes.
Após uma pesquisa com quase 6.000 alunos do ensino médio e de cursinhos elaborou-se uma lista de dez possíveis cursos, sendo que oito deles serão escolhidos para o primeiro vestibular. Entre as opções há, por exemplo, artes, informática e enfermagem geriátrica.
No primeiro ano, os ingressantes terão uma disciplina obrigatória de iniciação científica chamada solução de problema, em que estudarão propostas de solução para problemas da zona leste.
(CLÁUDIA COLLUCCI)


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