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Campus da zona leste abre sem recursos garantidos
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo campus da USP, que deve ser aberto até o final do ano na
zona leste de São Paulo, dependerá do cumprimento de uma promessa de repasse de recursos do
governo estadual. Os novos cursos representam um custo que a
USP não pode assumir totalmente em seu orçamento atual, segundo o reitor Adolpho José Melfi.
Melfi diz que o governador Geraldo Alckmin descartou a possibilidade de aumentar o percentual do ICMS que a USP recebe
para sua manutenção, mas tem
repassado à universidade recursos adicionais, aprovados pela Assembléia Legislativa, por meio de
um programa de expansão.
Segundo o reitor, Alckmin assumiu um compromisso de que,
nos próximos dez anos, a USP receberá verbas suplementares para
manter o novo campus. Melfi não
faz idéia do valor necessário, porque ainda não foram definidos os
cursos que serão dados no local.
E como ficará esse compromisso na próxima mudança de governo, em 2006? "A gente tem que
acreditar [que ele será mantido
pelo próximo governador]. E depois temos que acreditar na retomada do crescimento, que terá reflexos no ICMS", diz Melfi.
Segundo Lourival Carmo Monaco, secretário-executivo de
Ciência e Tecnologia, o repasse é
uma "decisão de governo", que
deve ser mantida nas próximas
gestões. "Os últimos governos
têm respeitado a universidade
mais do que qualquer coisa."
Para ele, o ajuste orçamentário
da USP deve ocorrer tanto em razão de um aumento previsto do
ICMS quanto dos mecanismos
que a própria universidade tem
para aumentar sua receita.
Em 2003, a USP recebeu R$ 27,4
milhões extras para investir em
expansão, sendo R$ 5 milhões para a zona leste. Neste ano, o governo liberou R$ 48,3 milhões exclusivamente para o novo campus.
A unidade terá um conjunto de
edifícios integrados, auditório e
instalações de apoio, numa área
do Parque Ecológico do Tietê, que
pertence ao Estado. De início, haverá 1.500 vagas, mas o campus
tem capacidade para atender 20
mil alunos. A região tem 4 milhões de habitantes.
Após uma pesquisa com quase
6.000 alunos do ensino médio e de
cursinhos elaborou-se uma lista
de dez possíveis cursos, sendo que
oito deles serão escolhidos para o
primeiro vestibular. Entre as opções há, por exemplo, artes, informática e enfermagem geriátrica.
No primeiro ano, os ingressantes terão uma disciplina obrigatória de iniciação científica chamada solução de problema, em que
estudarão propostas de solução
para problemas da zona leste.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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