São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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Sob uma figueira, grupo volta ao passado da USP

DA REPORTAGEM LOCAL

As raízes mais profundas da USP vivem dentro de um estacionamento chamado Princesa, no centro da cidade. São raízes de uma figueira, símbolo de parte significativa da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL). Foi em torno dela que nasceu o movimento hoje mais frondoso de ex-alunos e professores da Universidade de São Paulo.
O Grupo Figueira da Glete foi plantado na internet. Começou com um e-mail enviado pelo geólogo Nelson Custódio, em 2001. Hoje ele já contabiliza a troca de mais de 12 mil mensagens eletrônicas entre os que passaram pelo prédio, que ficava à sombra da árvore gigantesca, em uma alameda chamada Glete. Não era "um" prédio, mas um palacete dos tempos áureos do café, que entre 1937 e 1969 foi sede de diversos ramos da FFCL, entre eles os de biologia e psicologia experimental.
Demolida a construção no início dos anos 70, depois que os geólogos "apagaram a luz" e se mudaram para a Cidade Universitária, ficou apenas a árvore, que foi tombada pelo governo do Estado no final dos anos 80.
"É uma árvore especial, de origem australiana, um ficus macrofila", afirma a professora de biologia Neuza Guerreiro, 73, da turma de 1951 de história natural.
Uma das articuladoras dos "gleteanos", apelido com o qual se tratam os que estudaram ali (como o atual reitor da USP, Adolpho José Melfi), ela achou mais de 200 colegas disparando seu vovoneuza@uol.com.br.
Foi com ele que ajudou a organizar o maior encontro dos gleteanos, em maio passado. Nesse dia foi plantada uma muda da árvore na geociências, na USP. Junto com ela, cresce o site do grupo http://planeta.terra.com.br/educacao/fdg, fonte mais completa na rede sobre a antiga FFCL. A figueira ainda dá frutos. (CEM)


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