São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2001

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EUA levam serviço secreto para SP

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Departamento de Serviço Secreto dos Estados Unidos vai abrir um escritório em São Paulo.
Embora a justificativa oficial para a nova estrutura seja reforçar o combate à falsificação de dólares, a Folha apurou que os especialistas também vão trabalhar nas investigações de outros ilícitos internacionais, como narcotráfico e lavagem de dinheiro, que, em alguns casos, podem ter relações com grupos terroristas.
O escritório começa a trabalhar nas próximas semanas no consulado americano. O Departamento de Serviço Secreto está vinculado ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, e não à Casa Branca, como a CIA (Agência Central de Inteligência), responsável pelas investigações no exterior, e o FBI (Escritório Federal de Investigações), que atua internamente.
As principais funções do Serviço Secreto são proteger o presidente e sua família e combater a falsificação da moeda.
Mas, como o FBI desconfia de que a tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) possa esconder terroristas, e o governo brasileiro classifica a região como ponto de lavagem de dinheiro, o novo escritório do Serviço Secreto deverá contribuir na busca de terroristas na região.
O acordo para a criação do escritório foi feito entre o Serviço Secreto e o Banco Central. O assunto vinha sendo discutido desde janeiro, por causa do volume de informações trocado entre o órgão americano e o Coaf (Conselho de Acompanhamento Financeiro), criado em 1998 para combater a lavagem de dinheiro.
O governo também quer estreitar a cooperação com o Serviço Secreto americano porque o BC obteve assistência desse órgão nas investigações que rastrearam as atividades financeiras do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto e da fraudadora da Previdência Jorgina de Freitas.

Verba extra
Na semana passada, os EUA aumentaram os recursos que destinam anualmente ao Brasil, desde 1974, para apoiar atividades antidrogas. A verba anual subiu de US$ 1,5 milhão, valor da doação em 2000, para US$ 5,7 milhões.
De acordo com o Itamaraty, do total dos recursos, US$ 3,5 milhões serão destinados ao reforço do policiamento brasileiro na fronteira com a Colômbia. Diplomatas brasileiros disseram que os EUA resolveram injetar mais recursos para o combate ao narcotráfico em toda a região, desde que anunciaram o Plano Colômbia, operação de US$ 1,6 bilhão.
O acordo de cooperação mútua Brasil-EUA para a redução da demanda, prevenção e combate à produção e ao tráfico de entorpecentes é renovado anualmente, mediante a comprovação do uso do dinheiro nos projetos especificados pelo governo brasileiro.
Neste ano, os recursos serão aplicados em cinco programas: repressão do tráfico na Amazônia, treinamento de agentes, conscientização sobre o uso, treinamento de unidades especiais de investigações com países andinos e programas de investigação.


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