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EUA levam serviço secreto para SP
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Departamento de Serviço Secreto dos Estados Unidos vai abrir
um escritório em São Paulo.
Embora a justificativa oficial para a nova estrutura seja reforçar o
combate à falsificação de dólares,
a Folha apurou que os especialistas também vão trabalhar nas investigações de outros ilícitos internacionais, como narcotráfico e
lavagem de dinheiro, que, em alguns casos, podem ter relações
com grupos terroristas.
O escritório começa a trabalhar
nas próximas semanas no consulado americano. O Departamento
de Serviço Secreto está vinculado
ao Departamento do Tesouro dos
Estados Unidos, e não à Casa
Branca, como a CIA (Agência
Central de Inteligência), responsável pelas investigações no exterior, e o FBI (Escritório Federal de
Investigações), que atua internamente.
As principais funções do Serviço Secreto são proteger o presidente e sua família e combater a
falsificação da moeda.
Mas, como o FBI desconfia de
que a tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) possa
esconder terroristas, e o governo
brasileiro classifica a região como
ponto de lavagem de dinheiro, o
novo escritório do Serviço Secreto
deverá contribuir na busca de terroristas na região.
O acordo para a criação do escritório foi feito entre o Serviço
Secreto e o Banco Central. O assunto vinha sendo discutido desde janeiro, por causa do volume
de informações trocado entre o
órgão americano e o Coaf (Conselho de Acompanhamento Financeiro), criado em 1998 para combater a lavagem de dinheiro.
O governo também quer estreitar a cooperação com o Serviço
Secreto americano porque o BC
obteve assistência desse órgão nas
investigações que rastrearam as
atividades financeiras do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto
e da fraudadora da Previdência
Jorgina de Freitas.
Verba extra
Na semana passada, os EUA aumentaram os recursos que destinam anualmente ao Brasil, desde
1974, para apoiar atividades antidrogas. A verba anual subiu de
US$ 1,5 milhão, valor da doação
em 2000, para US$ 5,7 milhões.
De acordo com o Itamaraty, do
total dos recursos, US$ 3,5 milhões serão destinados ao reforço
do policiamento brasileiro na
fronteira com a Colômbia. Diplomatas brasileiros disseram que os
EUA resolveram injetar mais recursos para o combate ao narcotráfico em toda a região, desde
que anunciaram o Plano Colômbia, operação de US$ 1,6 bilhão.
O acordo de cooperação mútua
Brasil-EUA para a redução da demanda, prevenção e combate à
produção e ao tráfico de entorpecentes é renovado anualmente,
mediante a comprovação do uso
do dinheiro nos projetos especificados pelo governo brasileiro.
Neste ano, os recursos serão
aplicados em cinco programas:
repressão do tráfico na Amazônia, treinamento de agentes,
conscientização sobre o uso, treinamento de unidades especiais de
investigações com países andinos
e programas de investigação.
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