São Paulo, sábado, 25 de julho de 1998

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TELEBRÁS
O maior leilão do mundo

Adi Leite/Folha Imagem
Consumidores utilizam telefones públicos na Telesp, no centro de São Paulo



Às 10h de quarta-feira, o governo brasileiro vai dar início à maior privatização em bloco já realizada no mundo: a venda das 12 empresas do Sistema Telebrás, que vai render, no mínimo R$ 13,47 bilhões. O valor é 3,8 vezes maior que os R$ 3,5 bilhões obtidos na privatização da Vale do Rio Doce, em 97.
O pregão da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro vai sediar uma disputa de proporções inéditas no país, que envolverá algumas das maiores empresas de telecomunicações do mundo e grandes grupos nacionais.
A venda da Telebrás será também a última grande privatização do século. Entre as estrangeiras interessadas no negócio, estão a japonesa NTT, maior empresa de telefonia do mundo, a Telefónica de España, a Italia Telecom e as norte-americanas BellSouth, AirTouch, Sprint e MCI. A demanda reprimida por telefones no Brasil é sinônimo de garantia de lucro para essas companhias, que já supriram as necessidades básicas na área de telefonia em seus países de origem e buscam oportunidades de expansão de seus negócios num mercado globalizado e que movimenta cifras bilionárias.
A Telebrás é a 15ª empresa de telefonia do mundo e a maior da América Latina. É também a mais lucrativa companhia brasileira. No ano passado, teve lucro de US$ 3,9 bilhões, diante dos US$ 472 milhões da Fiat, que alcançou o maior lucro entre as empresas privadas.
A realização do leilão pode ser ameaçada por eventuais liminares concedidas na última hora pela Justiça. O governo de Pernambuco anunciou ontem que vai rever sua posição favorável ao acordo que evitaria a cobrança retroativa de imposto na habilitação de linhas telefônicas. Com isso, poderá haver redução no ágio que os investidores estarão dispostos a pagar pelas empresas de telefonia.



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