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Avaliações divergem em R$ 20 bi
da Sucursal do Rio
Cinco bancos internacionais
(Merrill Lynch, J.P. Morgan, Citibank, Caspian e Santander) avaliaram a Telebrás para seus clientes e chegaram a resultados tão
discrepantes que a diferença entre
o maior e o menor preço foi de R$
20 bilhões. A avaliação mais alta
chegou a R$ 87,9 bilhões (Citibank). A menor, de R$ 68 bilhões,
foi apresentada pelo Caspian.
As avaliações referem-se ao valor global das empresas e não só à
parte do governo, que tem 21,44%
do capital social da Telebrás.
Os consórcios (Brasilcom e o liderado pela Arthur D. Little) contratados pelo BNDES para a modelagem da privatização chegaram
a valores próximos: R$ 70,96 bilhões e R$ 71,15 bilhões, respectivamente. Mas, ao sugerirem o preço mínimo de venda das ações da
Telebrás em poder da União, divergiram em R$ 500 milhões.
O Brasilcom propôs um preço
mínimo de R$ 10,7 bilhões, enquanto o consórcio da D. Little sugeriu R$ 11,28 bilhões. O governo
usou esses valores como base e fixou seu preço mínimo aplicando
um ágio para cada telefônica.
O preço mínimo da Telesp fixa
(R$ 3,52 bilhões) ficou 23% acima
do proposto pelos consultores. Já
o da Tele Norte Celular recebeu
ágio de apenas 3,2%. A Telesp fixa
é a empresa mais valiosa da Telebrás, mas qual será o valor justo da
empresa? O Brasilcom avaliou a
telefônica em R$ 19,8 bilhões (pela
totalidade das ações). O consórcio
da Arthur D. Little, Coopers &
Lybrand e Deloitte & Touche chegou a R$ 21,36 bilhões. A Merrill
Lynch apontou R$ 25,2 bilhões, e
o Citibank, R$ 29,6 bilhões.
As diferenças evidenciam a dificuldade na definição do preço mínimo: as avaliações refletem muito
mais a expectativa de desempenho
futuro da empresa do que sua situação presente. Os consultores
tentam projetar o fluxo de caixa da
estatal por 10 a 15 anos para chegar
ao seu "valor presente líquido".
Na avaliação das empresas de telefonia fixa, os consultores projetaram a renda per capita do brasileiro até 2007 para calcular o número de usuários potenciais. Concluíram que, até 2001, as concessionárias atenderão toda a demanda reprimida por telefones fixos e,
a partir daí, o mercado vai acompanhar o crescimento do PIB.
A competição é outro dado relevante na avaliação, uma vez que as
teles perderão o monopólio de
mercado com a entrada das "empresas-espelho".
A partir do preço mínimo, os
candidatos farão suas propostas:
de acordo com o interesse estratégico do negócio para cada um, os
preços podem variar muito.
(EL)
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