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CONTROLE
Órgão regulador tem a atribuição de garantir o cumprimento das obrigações previstas em contrato
Anatel ainda não está preparada para fiscalizar as concessionárias
da Sucursal de Brasília
O principal órgão de fiscalização
da qualidade dos serviços das empresas da Telebrás que serão privatizadas não está equipado para
exercer suas funções: a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) deveria ter 340 fiscais,
mas só conta com 130, cedidos pelo Ministério das Comunicações.
A Anatel tem a atribuição legal
de combater a concentração de
mercado no setor de telecomunicações e fiscalizar o cumprimento
das obrigações previstas nos contratos de concessão. Para tanto, a
agência pode requisitar informações e documentos das empresas
de telecomunicações e aplicar punições que vão da advertência à
perda da concessão.
A Anatel ainda não enviou ao
Congresso Nacional o projeto de
lei que cria o seu quadro permanente de pessoal. Sem ele, não poderá realizar concurso público para montar um quadro efetivo de
fiscais, completando as vagas necessárias. "Teremos de contratar,
temporariamente, as pessoas necessárias para completar o quadro
de fiscais da Anatel", afirma o presidente da entidade, Renato Navarro Guerreiro.
Contudo, a precariedade da estrutura da Anatel poderá ser compensada pela colaboração de outros órgãos do governo federal.
No combate a infrações da ordem econômica e à concentração
de mercado, por exemplo, a agência poderá contar com o apoio do
Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica, órgão ligado ao Ministério da Justiça).
Consultoria e pesquisas
Para fiscalizar a qualidade e a expansão dos serviços prestados pelo Sistema Telebrás depois de sua
privatização, a Anatel contratará
empresas de consultoria para conferir a execução das metas estabelecidas, pois o atual número de fiscais é insuficiente.
A agência também vai encomendar pesquisas de opinião pública
para medir a satisfação do usuário
e orientar a fiscalização, que será
concentrada nos serviços com
maiores índices de reclamação.
Por fim, serão fixadas metas trimestrais referentes aos planos de
Universalização e de Qualidade,
que contêm obrigações impostas
aos compradores da Telebrás.
Letra da lei
A LGT (Lei Geral de Telecomunicações) é clara: o Poder Público
deve adotar medidas que promovam a competição e a diversidade
dos serviços, incrementando a
oferta e propiciando padrões de
qualidade compatíveis com a exigência dos usuários.
A legislação determina ainda
que os serviços de telecomunicações sejam organizados com base
no princípio da livre competição
entre as concessionárias. Os efeitos da competição imperfeita devem ser corrigidos, e as infrações à
ordem econômica, reprimidas.
Entre as atribuições da Anatel
está a análise dos atos de fusão e de
incorporação de empresas, sempre em conjunto com o Cade.
Cobranças
O presidente da Anatel disse à
Folha que as primeiras cobranças
em relação às metas de qualidade
e de universalização ocorrerão em
setembro deste ano.
As consultorias deverão entrar
em ação no final do ano, adiantou
Guerreiro. Ele explicou que as
concessionárias da Telebrás serão
obrigadas a enviar relatórios trimestrais à Anatel com dados sobre a execução das metas acordadas. A agência avalia que as reclamações dos usuários da Telebrás
aumentarão após a privatização
da estatal, pois um dos argumentos do governo em favor da venda
é a prometida melhora dos serviços que atualmente estão sob administração pública.
(FERNANDO GODINHO)
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