|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NO MUNDO
Concorrência amplia a oferta de telefones
dos correspondentes
Nem todos os países que decidiram abrir seus mercados de telecomunicações optaram pela privatização das estatais do setor.
O Japão, por exemplo, quebrou
o monopólio há 13 anos, mas o Estado ainda controla as duas estatais de telecomunicações. A França mantém até hoje a estatal da
France Telecom, mas a empresa
enfrenta a concorrência privada.
O efeito mais evidente da quebra
do monopólio ou da privatização
é o aumento da oferta de telefones.
O número de telefones celulares
na França cresceu 387% desde
maio de 96, quando houve quebra
do monopólio, passando a marca
de 7,8 milhões no mês passado.
Outros países escolheram vender suas empresas de telefonia à
iniciativa privada. No Reino Unido, as tarifas caíram, em média,
59% desde que a British Telecom
foi privatizada, em 1984. De 1984 a
1996, o percentual da população
atendida pela telefonia básica passou de 78% para 93% em 96.
Em compensação, na Argentina,
as chamadas locais ficaram 30%
mais caras do que eram antes da
privatização, realizada em 1990.
Nos Estados Unidos, nunca
houve empresa estatal de telefonia. Apesar disso, havia uma espécie de monopólio privado, controlado pela AT&T até 1984, quando a
empresa teve de transferir a telefonia local para outras operadoras.
A AT&T ficou só com as chamadas de longa distância, onde também passou a haver concorrência.
Estados Unidos
Hoje, as empresas de telefonia dos
EUA disputam arduamente a preferência do consumidor. A principal arma são as promoções.
Algumas empresas chegam a enviar pelo Correio um cheque com
valor entre US$ 50 e US$ 100. Ao
depositar o cheque, o consumidor
automaticamente se torna cliente
da empresa. Mas ele pode negociar vantagens com sua operadora
para não mudar de empresa.
As promoções também abrangem os preços das tarifas. Por isso
é praticamente impossível dizer
qual é o melhor plano ou a melhor
companhia. Cada uma delas tem
preço melhor que a outra em uma
determinada categoria, e tudo
muda muito rápido. O melhor
preço hoje com certeza não o será
mais daqui a uma semana.
Japão
No Japão, aparelhos celulares são
distribuídos gratuitamente por
camelôs nas ruas de qualquer cidade do país. Quem quiser ter um,
mostra o documento de identidade e o extrato bancário e sai falando depois de 30 minutos.
Na batalha pelo mercado, as
companhias telefônicas que operam celulares pagam incentivos de
cerca de US$ 250 aos intermediários para cada aparelho vendido.
O difícil hoje é encontrar comprador: em abril passado, 39 milhões
de celulares estavam em funcionamento. É como se um em cada três
japoneses tivesse um aparelho.
O retorno das empresas vem das
tarifas, cerca de 100% mais caras
que as cobradas nos EUA. Quem
compra ou ganha o celular de uma
companhia é obrigado a fazer as
ligações por essa mesma empresa.
Argentina
Duas empresas dividiram os mercados da Argentina e de Buenos
Aires na privatização. A Telefónica de España ficou com o norte da
Argentina e da capital, e a Telecom (consórcio formado pela
France Telecom e Italia Telecom)
com o sul do país e da capital.
Não há concorrência. Os habitantes de uma zona não podem
optar pela outra operadora.
As operadoras privadas ampliaram o sistema de 3 milhões de linhas telefônicas para 7 milhões. O
tempo de espera e o preço para
instalação de linhas caíram. O telefone, que demorava anos para
chegar à casa dos consumidores,
hoje demora no máximo três dias
após o pedido. O preço de uma linha é de US$ 250, mas os descontos podem reduzi-lo a US$ 150.
Reino Unido
A BT (British Telecom) opera, hoje, 88,6% do total de linhas conectadas no país. Sua principal concorrente é a Cable & Wireless, dona da Mercury, que entrou em
operação em 1983.
Até 1991, com a política do duopólio pós-privatização, apenas
duas empresas tinham licenças
para operar em cada região do
Reino Unido. Na maioria dos casos a BT concorria com uma empresa de TV a cabo, que também
oferecia serviço de telefonia.
Com a liberação total do mercado, em 1991, dezenas de outras
companhias passaram a operar no
país. Muitas delas alugam a rede
física da BT: nesses casos, os usuários recebem uma senha, com a
qual podem acionar o serviço de
seu telefone residencial.
França
Mais de sete meses após a abertura
de seu mercado de telefonia fixa, a
França ainda vive sob um virtual
monopólio da France Telecom,
empresa estatal que, até janeiro
deste ano, era a única operadora
autorizada a atuar no país.
Desde então, algumas empresas
já lançaram novos serviços no setor, mas limitados aos mercados
de chamadas de média e longa distância, oferecendo descontos em
relação aos preços da estatal.
A Autoridade de Regulação das
Telecomunicações, órgão que rege o setor desde janeiro de 1997, já
emitiu 25 licenças para empresas
que vão operar com telefonia fixa.
Na telefonia celular, há mais opções: France Telecom, Cegetel e
Bouygues Telecom oferecem o
serviço. Os preços não são altos: o
gasto inicial fica em US$ 100.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|