|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bin Laden "alerta" contra cruzadas
DA REDAÇÃO
Osama bin Laden, principal
suspeito de envolvimento nos
atentados terroristas contra os
EUA no dia 11, exortou os muçulmanos do Paquistão a resistir "às
forças das cruzadas norte-americanas", segundo declaração feita
em uma carta publicada pelo canal de notícias árabe Al Jazeera,
do Qatar.
A carta estaria assinada por Bin
Laden e datada de domingo. O
milionário saudita costuma se comunicar com o exterior por meio
da Al Jazeera -rede de TV bem
conceituada entre os árabes por
seu grande alcance e sua política
editorial independente e agressiva- em procedimento semelhante ao utilizado ontem.
O governo norte-americano
não comentou se confirmava a
veracidade nem o conteúdo da
carta. Especialistas consultados
pela rede de TV CNN disseram
que a carta provavelmente era autêntica. O país continua na busca
de Bin Laden, que estaria desaparecido, podendo inclusive estar
fora do país, de acordo com o Taleban, grupo extremista que controla o Afeganistão. Os Estados
Unidos rejeitaram a versão do Taleban e disseram que ele permanece em território afegão e em
contato com o regime.
Agressão
"Anuncio, caros irmãos, que seguimos em frente na guerra santa
ao lado do heróico e fiel povo afegão, liderados pelo mulá Mohamad Omar (líder do Taleban)",
disse Bin Laden.
O milionário saudita nega envolvimento nos atos terroristas
contra Nova York e os arredores
de Washington no dia 11. Os Estados Unidos, no entanto, acusam
Bin Laden de envolvimento nos
atentados recentes e também
contra embaixadas norte-americanas na África em 1998 e contra o
navio USS Cole, ano passado, no
Iêmen.
As principais críticas de Bin Laden aos EUA se referem ao apoio
dado a Israel, que ocupa territórios palestinos, e à presença de
forças militares norte-americanas
em territórios sagrados para o islamismo, como a Arábia Saudita.
Na declaração, Bin Laden diz estar informado de que alguns muçulmanos paquistaneses foram
mortos em Karachi, centro financeiro do Paquistão, quando expressavam sua oposição à "agressão das cruzadas dos norte-americanos e de seus aliados em terras
muçulmanas paquistanesas e do
Afeganistão".
Bin Laden disse estar pedindo a
Deus para que as vítimas de Karachi sejam aceitas como mártires.
"Espero que eles se transformem
nos primeiros mártires da batalha
do Islã contra as novas cruzadas e
as campanhas judaico-cristãs, encabeçada por Bush (George W.
Bush, presidente dos EUA)."
O saudita afirmou na carta que
todos os muçulmanos no Paquistão devem utilizar tudo o que está
ao alcance para evitar a invasão de
tropas dos Estados Unidos ao
país.
Apoio aos EUA
O governo do Paquistão, país de
maioria muçulmana, sob a liderança do general Pervez Musharraf, está apoiando o governo dos
Estados Unidos na caçada a Bin
Laden.
Em troca, os Estados Unidos levantaram sanções econômicas
impostas ao Paquistão após o país
ter realizado testes nucleares em
1998. Os EUA também ajudarão
financeiramente a economia paquistanesa, atualmente em crise.
O apoio, porém, pode custar caro ao governo paquistanês, que
chegou ao poder por meio de um
golpe em 1999. Parte da população do Paquistão apóia Bin Laden.
Por outro lado, caso o Paquistão
não sustentasse a posição norte-americana, o país poderia sofrer
retaliações militares da maior potência do planeta.
O governo dos Estados Unidos
promete atacar todos os países e
grupos que apóiem ideologicamente e financeiramente atentados terroristas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Cirurgião egípcio é o nš 2 de Bin Laden Próximo Texto: Reação: Congelados bens ligados a Bin Laden Índice
|