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Achar sobreviventes vira "milagre"
DE NOVA YORK
A chance de encontrar alguém
vivo nos escombros do World
Trade Center "envolve um milagre", disse o prefeito Rudolph
Giuliani. Foi a primeira vez que
uma autoridade descartou de maneira definitiva a hipótese de haver sobreviventes no atentado de
duas semanas atrás.
Desde o ataque, na terça dia 11,
apenas cinco pessoas foram retiradas com vida do "ponto zero", a
última delas no dia seguinte. Ontem subiram de 6.333 para 6.453 e
de 261 para 276 os números oficiais de desaparecidos e mortos,
respectivamente.
Giuliani disse que a prefeitura
colocará um time de advogados
gratuitos à disposição dos parentes dos desaparecidos.
A equipe emitirá certificados de
óbito para serem usados nos tribunais, que decidirão se há provas suficientes de que a pessoa está mesmo morta. No mesmo dia,
o governador George Pataki assinou ordem executiva que agiliza a
emissão dos atestados e permite
que parentes possam movimentar até US$ 15 mil das contas e
aplicações dos desaparecidos.
Ambas as medidas são fundamentais na obtenção do prêmio
de seguro de vida, por exemplo.
No último fim de semana, houve uma mudança gradativa de atitude por parte das equipes de resgate presentes nos escombros.
Aos poucos, o cuidado na limpeza
do local com possíveis sobreviventes foi sendo substituído pela
entrada de maquinas pesadas.
Ontem, uma das equipes que
trabalha com o entulho recuperou um pedaço de três metros da
fuselagem de um dos dois aviões
que se chocaram contra as torres.
O achado deu esperanças ao FBI
de encontrar as caixas-pretas das
aeronaves, ainda desaparecidas.
O premiê do Japão, Junichiro
Koizumi, visitou as ruínas do
WTC, antes de seguir para Washington, onde se encontraria com
o presidente George W. Bush.
Aproveitou a passagem por Nova
York para se reunir com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
No mesmo dia, foram ciceroneados por Rudolph Giuliani, o
empresário do boxe Don King, o
ex-campeão de peso-pesado Joe
Frazier e as atrizes Bette Midler e
Candice Bergen. O prefeito repetiu o mantra que vem dizendo nos
últimos dias: "Uma coisa é ver pela TV ou por fotografias, outra é
estar no lugar, ao vivo".
Segundo o Consulado Brasileiro
em Nova York, não houve mudança no número de brasileiros
desaparecidos (dez) desde o fim
de semana. Três deles são Sandra
Fajardo Smith, 37, Ivan Kyrillos
Fairbanks Barbosa, 30, e Anne
Marie Sallerin, 29, que já tiveram
inclusive missa realizada por seus
familiares na cidade.
De acordo com o cônsul Flávio
Perri, os esforços agora serão concentrados em achar mais informações sobre os outros sete que
trabalhavam no World Trade
Center ou nas proximidades. Entre eles estão o turista Nilton Albuquerque Fernão Cunha, 41, e o
imigrante ilegal A., 30, conforme
revelou reportagem da Folha.
O órgão já pesquisou nas companhias telefônicas de Nova York
e proximidades, provedores de e-mails, listas positivas publicadas
por empresas que tinham escritório no WTC e pela prefeitura, que
concentra dados recebidos dos
hospitais envolvidos nos esforços
de salvamento.
(SD)
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