São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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REBELDIA ALIADA

Secretário de Segurança do Rio se licencia do cargo para intensificar sua participação na campanha

Garotinho anuncia cruzada contra o PT pelo país

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador Anthony Garotinho anunciou ontem que se dedicará no segundo turno a "uma cruzada contra o PT". Ele se licenciará da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio na segunda-feira, a fim de intensificar a sua atuação na campanha.
Garotinho afirmou que visitará cidades em todo o país onde, na disputa de segundo turno, haja um candidato petista.
"No segundo turno, apóio os candidatos contra o PT. Vou fazer uma cruzada contra o PT no segundo turno", afirmou ele, após assistir palestra em que sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PMDB), acusou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de praticar "um esforço definido" para prejudicar o Rio.
A decisão de deixar temporariamente a função de secretário de Segurança Pública, exercida desde abril do ano passado, foi tomada, segundo Garotinho, por causa de convites para participar de campanhas antipetistas. "Vou tirar a licença mais em razão dos pedidos que estou recebendo para ir a cidades de outros Estados. Hoje [ontem] mesmo recebi um pedido para ir a Salvador."
Garotinho disse que, após o segundo turno, voltará à secretaria, que, durante a licença, será comandada por Marcelo Itagiba, subsecretário de Segurança.
Na prática, Itagiba já vinha dirigindo a pasta desde o início da campanha eleitoral. Garotinho tem percorrido quase diariamente municípios do interior, principalmente na área de Campos (a 280 km do Rio), sua cidade natal.
O ex-governador previu que o PMDB elegerá de 65 a 70 prefeitos dos 92 municípios fluminenses. Afirmou que haverá segundo turno no Rio, entre Luiz Paulo Conde (PMDB) e o prefeito Cesar Maia (PFL), e em Niterói (a 15 km do Rio), entre Moreira Franco (PMDB) e Godofredo Pinto (PT).
Na palestra a empresários e secretários estaduais reunidos pela Câmara de Comércio Americana, a governadora seguiu o marido, atacando o PT. Segundo ela, o governo Lula adotou uma política de "esvaziamento do Estado do Rio", intensificada neste período pré-eleitoral. "É um esforço definido do governo federal."
Rosinha citou medidas que seriam representativas dessa intenção de Lula e do PT: a criação da agência de aviação civil em Brasília, extinguindo o DAC (Departamento de Aviação Civil), que fica no Rio; e a construção de uma refinaria de petróleo fora do Estado.
Garotinho e Rosinha voltaram a atacar o candidato do PT à Prefeitura de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), Lindberg Farias. "Lindberg não é assunto político. É assunto policial. Basta investigar a vida dele", afirmou ele.
Em nota, o candidato disse que, após a eleição, vai procurar a governadora. "Vou esperar passar esse jogo de ataques de campanha. Não vou aceitar provocações. Quando acabar a eleição, vou bater na porta da governadora. Acredito no espírito público da governadora e sei que ela não vai colocar a política na frente do povo", disse Lindberg na nota.
O presidente do PT, José Genoino, saiu em socorro de Lindberg e atacou a "cruzada contra o PT" de Garotinho. "É uma atitude de desespero. O PT repudia as declarações absurdas de Garotinho sobre Lindberg. Ele [Garotinho] não está preparado para disputar na democracia. O PT não vai cair nessa provocação."


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