São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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Maia quer frente contra 'tragédia dos Garotinho'

Bruno Domingos/Reuters
Cesar Maia (PFL) posa de astronauta em planetário, ontem, no Rio


GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), afirmou ontem que, se eleito, irá articular a criação de uma frente partidária para combater o que ele qualificou de a "tragédia dos Garotinho" no governo do Estado.
Para ele, a maneira de aglutinar os partidos seria lançar um nome da sociedade civil, sem vinculação partidária, para disputar o governo do Rio em 2006.
Entre os partidos que ele chamará para conversar estão o PT e o PPS, além do PSDB e do PV, que já fazem parte da coligação do prefeito, candidato à reeleição.
"É uma frente a favor do Rio, com o objetivo de salvar o Estado", disse Maia, que participou de entrevista na sede de "O Globo". "Para dar certo, ninguém pode ter como ponto de partida o nome de um candidato."
O prefeito não quis citar nomes, mas disse que o melhor candidato seria alguém que, além de ser da sociedade civil, fosse do Rio. "Uma pessoa fora do Estado não seria o ideal, porque a gente teria que apresentar o Estado, e demoraria dois anos para ele conhecer de fato o Estado."
"É o que eu proponho para a gente escapar desse populismo de clientela, blasfêmia, que é vergonhoso para o Rio", disse. Questionado se, apesar de políticos, ele ou seu filho, o deputado federal Rodrigo Maia, poderiam ser candidatos, ele disse que um nome do PFL não conseguiria a unidade necessária para aglutinar os demais partidos.

Imperador
Afirmando que não é candidato nem ao governo do Rio nem à Presidência, Maia provocou risos ao afirmar: "Se me dissessem: "Cesar, aproveitando o seu nome, você assume como imperador da cidade do Rio de Janeiro?". Claro que eu assumiria. Eu não teria nenhuma outra ambição, é uma questão de paixão".
O prefeito ficou com lágrimas nos olhos ao responder a pergunta se ele, como dizem seus adversários, está "sem alma carioca". "Se eu fosse cantor, compositor, se fosse ator das novelas da Globo, poderia dizer: "Meu Deus, estou perdendo a condição desse tipo de simbologia". Eu sou político. Quem tem a alma carioca é quem ganha eleições no Rio de Janeiro desde 1992. Será que essa população não cansou do populismo, não começou a demandar, de uma forma espontânea, uma política racional?", perguntou. "Alma carioca não pode ser a caricatura do carioca. Alma carioca é de quem a população do Rio gosta."


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