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ALTO RISCO
Com muitos papéis em baixa, momento é propício para investimentos a longo prazo, recomendam consultores
Ações testam a paciência do investidor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Aplicar em ações ainda tem se
mostrado um investimento para
quem tem estômago forte. Apesar
desses fundos terem registrado alta expressiva em outubro, eles
ainda acumulam desempenho
negativo no ano, a exemplo do
que ocorreu em 2001. Até outubro, os fundos indexados ao Ibovespa, índice da Bolsa paulista, registravam queda de 24,92%.
Mas, segundo consultores, é
justamente em momentos como
esse -quando os preços dos papéis estão baixos- que se deve
entrar num fundo de ações. Mas é
sempre bom lembrar que não há
garantias de que eles não venham
a cair ainda mais. "A chance de
ganhar dinheiro com a Bolsa é
muito grande", afirma o consultor financeiro Fábio Colombo.
Ele adverte, porém, que esse retorno não deve ser obtido no curto prazo. "Quem entrar num fundo de ações hoje, não deve esperar
retorno antes de três anos. Ele pode até ocorrer, mas o investidor
não deve contar com isso", diz.
O consultor Mauro Halfeld
também defende a aplicação em
ações. Segundo ele, o investidor
tem que começar a aprender a
correr riscos, porque os investimentos mais tradicionais, como
poupança, fundos DI e de renda
fixa, apresentam dificuldade em
repor as perdas com a inflação.
Para quem não tem familiaridade com esse mercado, a consultora Márcia Dessen recomenda que
o valor aplicado em ações fique
em torno de 5% a 10% do patrimônio, nunca mais do que isso.
"Quem tem 30% dos recursos em
Bolsa já é definido como um investidor muito agressivo", diz.
Ela explica que quem entrar
agora em Bolsa precisa acreditar
que a economia tende a melhorar
nos próximos anos, o que beneficiará as empresas e, consequentemente, suas ações. "Mas é preciso
ser paciente. Não adianta ficar
acompanhando o desempenho
do fundo todo dia."
Para testar sua própria resistência emocional à volatilidade, ela
recomenda que o investidor que
nunca aplicou antes em Bolsa coloque uma quantia pequena, como R$ 500, num fundo de ações.
"Essa é uma boa experiência para
um marinheiro de primeira viagem no mercado acionário."
O investidor também deve pesquisar em que tipo de fundo de
ações prefere entrar -há uma infinidade deles. Há fundos, por
exemplo, que são atrelados ao
Ibovespa e por isso investem em
papéis que compõem o índice.
Outros têm uma postura mais ativa do gestor, que procura melhores oportunidades no mercado e,
por isso, aceita correr mais riscos.
Também há os chamados setoriais, que só investem em ações de
empresas de segmentos específicos, como energia e telecomunicações. (SILVANA MAUTONE)
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