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Referência, Sírio vira "escritório" de paciente
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
NA MÃO DIREITA , a gerente de contas Ana
Paula Torino, 36, recebe quimioterápico
para tratar um câncer da mama descoberto em março. Na mão esquerda, atende a clientes no celular. Nas duas horas e meia em que
fica no centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês,
a cada 15 dias, não muda a rotina de trabalho. Às vezes,
leva laptop à sessão de químio e passa o tempo trabalhando. "O lugar é confortável. Isso ajuda a me sentir melhor." As salas de
aplicação de quimioterapia são individuais, com
acomodação para acompanhante, banheiro privativo, TV, telefone, serviço
de copa e internet sem fio.
O centro de oncologia ocupa
uma área exclusiva dentro do
Sírio. São 3.800 m2 distribuídos
em quatro andares.
Conhecido por ter um dos
melhores times de oncologistas da América Latina, o Sírio-Libanês se orgulha de possuir
uma equipe de médicos titulares exclusivos -coisa rara entre as instituições hospitalares-, todos com formação nos
EUA ou no Canadá. Alguns
mantêm, inclusive, seus consultórios dentro do hospital.
"Além de o médico ter mais
qualidade de vida, por estar
com toda sua prática no mesmo local, o paciente também
ganha mais atenção. Eu consigo ver meus pacientes duas vezes ao dia, de manhã e depois
das 19h, quando saio do consultório", diz o oncologista Antonio Buzaid, diretor do centro.
Os médicos do centro oncológico do Sírio são muito procurados por pacientes em busca de uma segunda opinião.
Em alguns consultórios, como o de Buzaid, esse público
representa mais de 50% do total de atendimentos. No centro
todo, a média é de 30%.
"Os casos mais complicados
vêm para cá. Quando você está
mal, sua vida está sendo ameaçada, você vai para o melhor
hospital, mesmo que o seguro
não pague, mas você vai ao melhor", afirma Buzaid.
O hospital também oferece
serviço de segunda opinião internacional, que permite ao paciente ter seu caso avaliado por
outro especialista sem se deslocar do país. Os exames do
doente são enviados aos especialistas do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de
Nova York (EUA), por exemplo, e, depois, o caso é discutido, por teleconferência, entre
os médicos do Sírio e os norte-americanos.
A equipe médica edita um
manual de oncologia, com tradução para o espanhol, que é
atualizado semanalmente e fica à disposição de profissionais
da saúde na internet. Algumas
seguradoras de saúde utilizam
a obra, também editada na forma impressa, como referência
para autorizar ou vetar procedimentos oncológicos.
Na parte técnica, o centro
oncológico do Sírio dispõe das
mais modernas tecnologias de
diagnóstico e tratamento. Há
dois anos, foi o primeiro do
país a dispor de um PET/CT,
um equipamento de diagnóstico por imagem que tem que revolucionado o tratamento de
pacientes com câncer.
Acoplado a um tomógrafo
computadorizado espiral, o
equipamento é capaz de captar
as imagens do corpo inteiro em
30 minutos, o que facilita detectar precocemente e com
precisão, de modo não-invasivo, tumores malignos de pequenas dimensões.
O hospital também conta
com a última tecnologia em radioterapia: aceleradores lineares com IGRT, uma técnica altamente precisa que permite a
aplicação de doses maiores de
radiação nas células tumorais
sem lesar tecidos sadios ao redor do tumor.
"Há um grande investimento
na área de imagem, mas, o mais
importante, é a qualidade do
pessoal que vai fazer uso desses
equipamentos", afirma o oncologista Paulo Hoff.
Montado há dez anos, o centro oncológico do Hospital Sírio-Libanês também se encontra em fase de expansão.
De acordo com Buzaid, serão
construídos mais oito consultórios e contratados outros
dois médicos titulares até o final deste ano.
Hoje, 7% do total de atendimentos realizados no local são
de pacientes estrangeiros, especialmente do Paraguai, do
Uruguai e de outros países da
América Latina. "Tem até paciente que pega o avião uma
vez por semana e vem se tratar
aqui", comenta Buzaid.
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