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Segmento divide especialistas
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A ORTOPEDIA dividiu os especialistas ouvidos pelo Datafolha. Foi o setor em que o
hospital Oswaldo Cruz obteve sua melhor
colocação (19% das preferências), seguido
de perto por Albert Einstein (16%), Hospital das Clínicas (13%) e Santa Casa (12%). Desses, apenas o HC e a Santa Casa têm bancos de tecidos e ossos, com os
quais, hoje, casos que até
dez anos atrás virariam
amputações têm solução
cirúrgica. Por meio de enxertos, é possível substituir próteses de quadril e
de joelho e compensar
perda óssea no tratamento
de tumores.
"É uma ótima forma de resolver vários problemas que tinham solução parcial ou radical há cerca de dez anos", afirma Marcos Musafir, presidente
da Sbot (Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia).
Os outros quatro bancos registrados no Sistema Nacional
de Transplantes estão no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, do Rio, no Hospital das Clínicas do Paraná, no
Hospital Universitário de Marília e no Hospital São Vicente
de Paulo, de Passo Fundo (RS).
Segundo Musafir, os bancos
ainda são pouco numerosos e
sofrem com a falta de doações.
"Mas as coisas estão melhorando. Até há pouco tempo, precisávamos importar enxertos, o
que encarecia o tratamento."
Para ele, dos centros de referência da área no país, o HC de
São Paulo é um dos mais completos. "Atua nas três principais áreas da ortopedia com
muita especificidade", diz. São
elas: a ortopedia pediátrica, a
ortopedia do adulto e o trauma.
O último setor é o de maior destaque no HC, segundo Musafir.
A pesquisa do Datafolha detectou essa expertise: a maioria
dos entrevistados (20%) citou o
pronto-socorro do HC como o
melhor em ortopedia, à frente
do mantido pelo Albert Einstein (15%). Não é à toa. Os pacientes aguardam atendimento
em equipados "quartos de espera", que em quase nada diferem das enfermarias. O prédio,
inaugurado em 2006, tem 40
leitos e duas salas de raio-X.
Visão holística
A ortopedia significa cerca de
12% dos pacientes do Oswaldo
Cruz. Os líderes do departamento, encabeçado pelo ortopedista Roberto Santin, montaram uma verdadeira clínica do segmento no hospital nos anos
80. Foram colegas de residência na Santa Casa e levaram ao
hospital a tradição do hospital-escola. "Nossa equipe tem muita produção científica e participa de congressos", afirma ele.
Na equipe de 12 membros, há
especialistas em quase todas as
áreas da ortopedia. "Mas sem
perder a visão holística." A "clínica" tem sete consultórios e
atende a 160 pessoas por dia.
Há seis anos, o hospital usa a
litotripsia (equipamento que
emite ondas de choque) para
tratar problemas ortopédicos.
O tratamento promove o crescimento do tecido ósseo, recupera cartilagens e atua nas inflamações de tendões e ossos.
Para Musafir, pesquisas com
células-tronco na tetra e na paraplegia são a grande promessa
do setor. O HC está engajado
nelas. Tese de doutorado do
complexo, já defendida e aprovada, revela que houve conexão
do estímulo elétrico feito na
perna para o cérebro em 60%
dos pacientes acompanhados.
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