São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Segmento divide especialistas

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A ORTOPEDIA dividiu os especialistas ouvidos pelo Datafolha. Foi o setor em que o hospital Oswaldo Cruz obteve sua melhor colocação (19% das preferências), seguido de perto por Albert Einstein (16%), Hospital das Clínicas (13%) e Santa Casa (12%). Desses, apenas o HC e a Santa Casa têm bancos de tecidos e ossos, com os quais, hoje, casos que até dez anos atrás virariam amputações têm solução cirúrgica. Por meio de enxertos, é possível substituir próteses de quadril e de joelho e compensar perda óssea no tratamento de tumores.
"É uma ótima forma de resolver vários problemas que tinham solução parcial ou radical há cerca de dez anos", afirma Marcos Musafir, presidente da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
Os outros quatro bancos registrados no Sistema Nacional de Transplantes estão no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, do Rio, no Hospital das Clínicas do Paraná, no Hospital Universitário de Marília e no Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo (RS).
Segundo Musafir, os bancos ainda são pouco numerosos e sofrem com a falta de doações. "Mas as coisas estão melhorando. Até há pouco tempo, precisávamos importar enxertos, o que encarecia o tratamento."
Para ele, dos centros de referência da área no país, o HC de São Paulo é um dos mais completos. "Atua nas três principais áreas da ortopedia com muita especificidade", diz. São elas: a ortopedia pediátrica, a ortopedia do adulto e o trauma. O último setor é o de maior destaque no HC, segundo Musafir.
A pesquisa do Datafolha detectou essa expertise: a maioria dos entrevistados (20%) citou o pronto-socorro do HC como o melhor em ortopedia, à frente do mantido pelo Albert Einstein (15%). Não é à toa. Os pacientes aguardam atendimento em equipados "quartos de espera", que em quase nada diferem das enfermarias. O prédio, inaugurado em 2006, tem 40 leitos e duas salas de raio-X.

Visão holística
A ortopedia significa cerca de 12% dos pacientes do Oswaldo Cruz. Os líderes do departamento, encabeçado pelo ortopedista Roberto Santin, montaram uma verdadeira clínica do segmento no hospital nos anos 80. Foram colegas de residência na Santa Casa e levaram ao hospital a tradição do hospital-escola. "Nossa equipe tem muita produção científica e participa de congressos", afirma ele.
Na equipe de 12 membros, há especialistas em quase todas as áreas da ortopedia. "Mas sem perder a visão holística." A "clínica" tem sete consultórios e atende a 160 pessoas por dia.
Há seis anos, o hospital usa a litotripsia (equipamento que emite ondas de choque) para tratar problemas ortopédicos. O tratamento promove o crescimento do tecido ósseo, recupera cartilagens e atua nas inflamações de tendões e ossos.
Para Musafir, pesquisas com células-tronco na tetra e na paraplegia são a grande promessa do setor. O HC está engajado nelas. Tese de doutorado do complexo, já defendida e aprovada, revela que houve conexão do estímulo elétrico feito na perna para o cérebro em 60% dos pacientes acompanhados.


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