São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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agricultura

Campo migra para os negócios

Voltado para o custo e a comercialização de produtos, agronegócio oferece graduação própria

Alexandre Rezende/Folhapress
Júlio Büll, 27, trabalha na multinacional Monsanto

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para quem escolhe um curso relacionado à agricultura, a área de atuação tem ido muito além do trabalho com solos, lavouras e sementes: já inclui até negociação de produtos na Bolsa.
Diferentemente de graduações tradicionais, como agronomia, o agronegócio tem intensificado a relação entre a administração e o campo ao se preocupar com a viabilidade econômica de produtos, buscar preços mais competitivos e agregar valores à produção.
Na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), de Presidente Prudente (558 km de São Paulo), por exemplo, o curso é voltado para o gerenciamento da cadeia produtiva e a gestão do negócio.
"Enquanto o agrônomo está focado em plantio, o gestor em agronegócio se interessa pelo custo da produção, em como fazer para viabilizar a comercialização e até mesmo no que o consumidor espera do produto", explica José Luis Astolphi, coordenador da graduação.
A grade do curso inclui disciplinas como sistema produtivo, gestão ambiental, logística, administração financeira, comércio, gestão de pessoas e de trabalho e também cooperativismo.
A carga horária no campo costuma ser bem menor do que nos outros cursos de agricultura: entre 10% e 20% de todo o programa. Em agronomia e engenharia agrícola, o mínimo exigido é 30%.

DIRECIONAMENTO
Apesar de a procura por cursos de bacharelado e de tecnologia de agronegócio ter crescido -os primeiros surgiram há menos de dez anos-, a especialidade também oferece espaço aos profissionais formados em outras graduações.
É o caso de Júlio Büll, 27, agrônomo formado pela Unesp. Durante os seis meses em que estudou na Universidade do Arkansas, nos Estados Unidos, ele direcionou as disciplinas para a área de administração de agronegócios. Nesse período, cursou marketing, finanças, gerenciamento e políticas agrícolas internacionais.
"Desde o terceiro ano da faculdade, voltei meus estudos para a área de negócios. Quando vi a grade do exterior, escolhi as matérias que iria cursar já pensando no mercado de trabalho no Brasil", afirma Büll.
Hoje, ele trabalha como analista de commodities na multinacional Monsanto. (THIAGO AZANHA)


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