São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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Mulher eleva presença no emprego, mas ainda tem pior remuneração

DA SUCURSAL DO RIO

Mais escolarizada e com menos filhos, a mulher nunca esteve tão presente no mercado de trabalho como em 2004, mas ainda consegue empregos de pior qualidade e menor remuneração.
Em 2004, 45,5% das mulheres maiores de 10 anos (o chamado conceito de idade ativa) tinham emprego, o maior nível de toda a série histórica da Pnad. Em 2003, eram 44,4%. Em 1992, esse percentual ficava em 43,4%, recuou um pouco de 1995 a 1998, mas mantém uma tendência constante de crescimento desde 1999. Para os homens, caiu de 72,4% em 1992 para 67,9% em 2004.
O indicador de 2004 ilustra bem a tendência de avanço das mulheres: o emprego feminino cresceu mais (4,5%) do que o masculino (2,4%). Em 2004, 1,51 milhão de mulheres conseguiu trabalho, contra 1,14 milhão de homens.
O problema é que elas arrumaram ocupações de pior qualidade e com remuneração menor. Entre as mulheres, o emprego sem carteira, que paga salários menores, aumentou 12,3% em 2004. Entre os homens, cresceu 3,3%. O número de mulheres que trabalham por conta própria avançou 5%, enquanto o percentual de homens teve queda de 1,3%.
E a diferença de renda persiste: os homens ganhavam, em média, R$ 835, e as mulheres, R$ 579. Mas há um avanço ao longo do tempo: em 1992, elas recebiam o correspondente a 59% dos vencimentos do homem. Esse percentual subiu para 69,3% em 2004.
Para Vandeli Guerra, do IBGE, o menor número de filhos e a melhor escolaridade fizeram crescer a presença das mulheres no mercado de trabalho. As mulheres com mais de 11 anos de estudo eram 40,6% do total de empregados e os homens, só 29,8%. As trabalhadoras freqüentaram a escola 7,3 anos -os homens empregados, apenas 6,6 anos. (PS e AG)


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