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Mulher eleva presença no emprego,
mas ainda tem pior remuneração
DA SUCURSAL DO RIO
Mais escolarizada e com menos
filhos, a mulher nunca esteve tão
presente no mercado de trabalho
como em 2004, mas ainda consegue empregos de pior qualidade e
menor remuneração.
Em 2004, 45,5% das mulheres
maiores de 10 anos (o chamado
conceito de idade ativa) tinham
emprego, o maior nível de toda a
série histórica da Pnad. Em 2003,
eram 44,4%. Em 1992, esse percentual ficava em 43,4%, recuou
um pouco de 1995 a 1998, mas
mantém uma tendência constante de crescimento desde 1999. Para os homens, caiu de 72,4% em
1992 para 67,9% em 2004.
O indicador de 2004 ilustra bem
a tendência de avanço das mulheres: o emprego feminino cresceu
mais (4,5%) do que o masculino
(2,4%). Em 2004, 1,51 milhão de
mulheres conseguiu trabalho,
contra 1,14 milhão de homens.
O problema é que elas arrumaram ocupações de pior qualidade
e com remuneração menor. Entre
as mulheres, o emprego sem carteira, que paga salários menores,
aumentou 12,3% em 2004. Entre
os homens, cresceu 3,3%. O número de mulheres que trabalham
por conta própria avançou 5%,
enquanto o percentual de homens teve queda de 1,3%.
E a diferença de renda persiste:
os homens ganhavam, em média,
R$ 835, e as mulheres, R$ 579.
Mas há um avanço ao longo do
tempo: em 1992, elas recebiam o
correspondente a 59% dos vencimentos do homem. Esse percentual subiu para 69,3% em 2004.
Para Vandeli Guerra, do IBGE,
o menor número de filhos e a melhor escolaridade fizeram crescer
a presença das mulheres no mercado de trabalho. As mulheres
com mais de 11 anos de estudo
eram 40,6% do total de empregados e os homens, só 29,8%. As trabalhadoras freqüentaram a escola
7,3 anos -os homens empregados, apenas 6,6 anos.
(PS e AG)
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